27 jan
2012

Categoria: Biografia
Por Visão Espírita    3 Comentários

Saiba mais sobre Giuseppe Verdi

Regina Zanella
Milão, Itália

Giuseppe Verdi - imagem Internet

Mundialmente conhecido, Giuseppe Verdi, é um dos maiores compositores clássicos italianos.
Contava 15 anos em 1828, quando exibiu pela primeira vez uma sua sinfonia de abertura, todavia, seu percurso foi longo, alternado de momentos de produtividade com momentos de profunda tristeza.
Respectivamente em 1838, 1839 e 1840 Giuseppe Verdi perdeu a filha Virginia Maria, o filho Icilio Romano e a esposa Margherita.
Abalado emotivamente, Verdi viu sua carreira declinar. A trazê-lo novamente em vida, um trabalho: criar a melodia para o texto de Temistocle Sorela – Va pensiero – criada para a obra Nabuco. Verdi ainda se achava “em luto” e não havia algum desejo de voltar a compor, quando, acidentalmente, de algumas paginas que lhe caíram das mãos, ao recolhê-las começou a ler quanto escrito e se apaixonou. “Va pensiero” foi apresentada ao publico pela primeira vez no Teatro alla Scala, em Milão, em 1842.
Daquele momento em diante, a carreira de Verdi decolou, com obras que ainda hoje marcam o cenário musical mundial como MacBeth, inspirada na obra de Shakespeare e encenada em 1847, Rigoletto, em 1851 e em seguida àquela que o consagraria para a história – La Traviata.
Giuseppe Verdi se casou novamente, e novamente perdeu uma pessoa querida –  sua esposa Giuseppina veio a desencarnar em 1897.

Casa de Repouso - imagem Internet

Em 1899 Verdì deu vida àquela que ele definiu como a sua obra prima: a Casa de Repouso Giuseppe Verdi – obra assistencial para acolher artistas e em particular músicos que dedicaram a vida à musica mas que chegaram a idade madura em dificuldades, com poucos recursos econômicas para a própria subsistência. Na Casa Verdi encontrariam um lugar onde viver os últimos anos que lhes restassem em contato com a própria arte.  Quis que os mesmos fossem chamados “hóspedes”, e assim o é até os dias de hoje. O primeiro hospede chegou em 10 de outubro de 1902, foram milhares desde então. A partir de 1998 a Casa passou a hospedar também jovens músicos em dificuldade, o conceito de seleção é o merecimento, o verdadeiro talento unido a dedicação e amor pela musica. Na Casa Verdi são realizados concertos e conferencias e diversas atividades culturais. Antes de seu  desencarne, Verdi fundou uma Fundação que se ocupasse de Casa Verdi e de seus hospedes, deixando à mesma os direitos autorais de suas obras. Nos anos vindouros Casa Verdi conquistou outros doadores e é reconhecida pelo Governo italiano como obra assistencial de utilidade publica.

Giuseppe Verdi - imagem Internet

Verdi deixou a Terra em 28 de janeiro de 1901 com 87 anos e no seu testamento instruções precisas para o seu funeral: deveria ser de manhã bem cedo, ou no finalzinho da tarde, muito simples e sem musica, em silencio; mesmo assim, se estima que teriam comparecido quase 100 mil pessoas, pelas ruas da cidade teriam sido espalhadas palhas a  fim de abafar o rumor dos cavalos. A cripta que hospeda Verdi e sua esposa, Giuseppina, se encontra no jardim da Casa Verdi e pode ser visitada pelo publico durante o dia.
http://www.casaverdi.org
Na ultima quinta-feira 24 de novembro, Casa Verdi hospedou uma palestra sobre a música proferida por Regina Zanella, dirigente do grupo espírita Sentieri dello Spirito, que é uma estudiosa e amante da música. Regina introduziu conceitos de Gioacchino Rossini, contidos em Obras Póstumas, de Emmanuel em o Consolador, de Hermínio Miranda e outros. O fez em modo delicado, sem proselitismo de crenças, como faz quando se encontra diante de um publico não espírita, respeitando seu intento que era de transmitir ao publico presente, profundamente conhecedor da música, mas atento e emocionado, a essência da continuidade da vida, da imortalidade da Alma.
Ao fim da exposição, Regina foi convidada a retornar em nova ocasião, os hóspedes ali presentes se sentiram muito tocados interiormente, alguns conceitos lhes calaram no intimo, como este de Emmanuel em o Consolador:
“A arte pura é a mais elevada contemplação espiritual por parte das criaturas (…) O verdadeiro artista é sempre o médium das belezas eternas e o seu trabalho, em todos os tempos, tocou as cordas mais vibrantes do sentimento humano, elevando-o da Terra até o infinito, abrindo em cada caminho a ânsia dos corações em direção de Deus, nas suas supremas manifestações de sabedoria, de paz e de amor”.
Dentre os hospedes presentes, que se cumprimentaram pela exposição, a sra.  Mirella Abriani, poetisa italiana, irmã de um notável  músico desencarnado (Casa Verdi acolhe também familiares), e tradutora de português, francês e alemão. Mirella traduziu também cerca de 14 títulos espíritas, dentre os quais: O Evangelho Segundo o Espiritismo e O Livro dos Espíritos de Kardec, Boa Nova e Mãos Unidas de Emmauel. Sendo muito reservada a tradutora não comenta nunca sobre o seu trabalho, portanto a maioria das pessoas desconhecem os títulos por ela traduzidos.

Estatua de Verdi, colocada na Praça Buonarrotti, onde se encontra a Fundação

(Informações e fotos recebidas em email de Manuel Claudiano Zani, claudiano@sentieridellospirito.it)

[enviado por nosso amigo e leitor Julio – Bauru – SP]