25 jan
2012

11 de setembro – 10 milênios de Ira a partir da Mesopotâmia

Luiz Fernando - arquivo VE

Parece fácil destacar o suntuoso terrorismo humano. Na verdade, os rótulos – individuais ou nacionais – são apenas pretextos para as guerras, sejam elas em nome de que forem declaradas… Democracia e liberalismo econômico, ou seja, consumismo e facilidades escravistas, disfarçadas de necessidades “justas”; água dos rios cujas nascentes ficam em nações “eleitas” para desfrutá-la, resquícios de acordos colonialistas dos séculos passados – até mesmo a conquista do Santo Sepulcro foi a cínica alegação cristã para o suntuoso saque das “Cruzadas”!
O papa simplesmente transformou o símbolo da cruz, a renúncia ao ego humano, em espada que feria o próprio Evangelho em seu axioma principal, o perdão incondicional… Tomados de ganância e avidez pelos saques e estupros que toda guerra traz em seu bojo de expectativas “carnais”, bastou simplesmente exclamar – “Deus o quer” – para termos várias convocações militares, fundamentalistas, até mesmo uma cruzada de crianças, deboche explícito e rebeldia contumaz das trevas.
Apossaram-se do termo final evangélico proposto por Jesus, para os que se assemelhassem a elas, alcançando o Reino de Deus através de uma matança de “inocentes”, talvez até ex-cruzados, os próprios papas e bispos reencarnados, perecendo nas lâminas árabes dos sanguinários rebelados muçulmanos… É o que vemos em muitos filmes de Hollywood (Cruzada, Alexandre, Gladiador, entre tantos) e em muitos romances espírita através de vários médiuns como Chico Xavier, Divaldo e tantos que se apresentam para continuar-lhes a obra de redenção da humanidade.
Onde a paz? Onde o Amor, onde a Caridade, propostas semelhantes de todas as religiões? Era necessário dar um basta, nem que fosse parcial, como ocorrido na Idade Média. Assim temos a chegada de nosso saudoso Francisco de Assis… Após ser aprisionado como militar vencido na defesa de sua própria cidade, percebeu que precisava reviver a pureza evangélica, verdadeira, cristã, no seio da própria Igreja de Roma; alistou-se nas Cruzadas, não como paladino das armas, mas como enviado do Mestre Amado para avistar-se com o Sultão, curando-o de antiga ferida de batalha, preparando a queda final de Jerusalém, sem que houvesse o banho de sangue que os cristãos haviam cometido contra os irmãos muçulmanos séculos antes…
E a semente vingou: tendo havido a percepção da derrocada final da aventura cristã no oriente, os árabes souberam perdoar seus irmãos com crenças diversas, desde que eles deixassem Jerusalém para sempre. Este “para sempre” durou até a expansão colonial inglesa e francesa do século 19 com mais conquistas “justas” para os reinos cristãos; com a chegada da segunda guerra mundial entre Cristãos europeus pelo controle de territórios que somente pertencem a Deus, a Roda Cármica, como nos explica Ramatis, as lagartas de tanques e fornos crematórios, economizando balas dos nazistas “cristãos”, passavam por milhões de Judeus reencarnados dos tempos dos moabitas, semitas como eles, mas de diferentes tribos da grande nação de Israel. Triturando semelhantes junto com o Rei Davi, que, segundo a Bíblia, representava o Deus verdadeiro, sanguinário e vingativo, criaram para si essa necessidade, pois era sua própria ignorância que autorizava as matanças em nome de um Deus conveniente aos seus prazeres; eram assassinos de milhões de irmãos – diziam-se inspirados por Deus, “eleitos” para tal missão…
E assim, tomados de “piedade”, a recém instalada ONU, em assembléia presidida pelo Francisco de Assis dos novos tempos, nosso querido Brasil, “cria”, em 1948, o estado de Israel como forma de aliviar a consciência coletiva cristã: entrega para os descendentes dos judeus, espalhados no mundo pela diáspora do Império Romano, um território que era árabe desde a Idade Média.
“Cria-se” também a Faixa de Gaza para os palestinos, não confundir com homônima região do Rio de Janeiro com balas perdidas e assassinatos; a partir daí, militares ingleses e franceses abandonam também a jóia do oriente, o Líbano, e os comunistas da Rússia e da China passam da guerra ideológica contra o capitalismo à guerra prática do pós-guerra, entenda-se segunda guerra mundial, também reportada espiritualmente por André Luiz em Nosso Lar.


Coréia, Vietnam, Cuba, guerra civil no Líbano, Israel contra o Egito e até as mais recentes notícias na “onda democrática” que puseram fim a Saddam Hussein e Muamar Kadhafi, se encontram entre os conflitos que tiveram como expoente terrorista Osama Bin Laden… Nomes familiares, usados por pessoas que também tiveram família; não raro, mantiveram “boas relações” com o Ocidente capitalista entre petrodólares e suntuosas obras arquitetônicas, nos sultanatos da “nova” ordem mundial.
Afinal, o que estamos buscando? Paz pela guerra? Essas guerras passadas levarão às futuras; estão em nosso subconsciente como reminiscências etéricas, lembranças perispirituais, e, vale lembrar, os Espíritos Superiores esclarecem em centenas de respostas a Kardec no Livro dois de O Livro dos Espíritos, principalmente nos aspectos da vida espírita, que, “não há aversões senão entre os Espíritos impuros” em resposta à pergunta 292. “Dois seres que foram inimigos na Terra conservarão os seus ressentimentos no mundo dos Espíritos?” Pergunta Kardec em seguida, 293: – Não; respondem os Espíritos Superiores compreenderão que sua dissensão era estúpida, e o motivo pueril arrematam.
Penso que, enquanto não estudarmos, refletirmos e, principalmente deixarmos à percepção de como somos impuros trabalhar nossa libertação, continuaremos adiando, para nossa infelicidade, o que está na pergunta 303: “Os Espíritos que hoje não são simpáticos, podem sê-lo mais tarde?” “- Sim, todos o serão.” Respondem nossos guias de evolução através do codificador, conhecido no espaço como a Encarnação do bom senso.
Em “Obreiros da Vida Eterna”, os Espíritos Superiores, que se materializaram em “Nosso Lar” para sessão mediúnica, apesar de parecer estranho para muitos espíritas, as respostas dadas aos consulentes, inclusive mentores da instituição, eram inicialmente, apenas e tão somente, as prédicas evangélicas.2001, Uma Odisséia no Espaço, filme de Stanley Kubrick, destaca a “invenção  das armas”: os ossos de animais mortos passaram a servir de instrumento na caça de outros animais, passamos a nos alimentar melhor. Depois, foi questão de tempo essa lei, do porrete, virar a base de nossas relações, inclusive no dia-a-dia, tanto em casa como no trânsito ou no trabalho, na “luta pela sobrevivência”.
Estamos fracassando? Responda-me querido irmão do século XXI, após o décimo aniversário do famoso atentado ao World Trade Center quem é realmente vítima? Ninguém! Tenho procurado perceber, através dos relacionamentos diários, se consigo neutralizar o desespero e o ódio. Nem sempre é fácil, mas sempre é útil à vida que encontraremos desencarnados.
Assim, chegamos ao ponto onde perguntamos, claro, em certos momentos de crise: para onde vou? Estou atento ao que diz minha consciência? O auto-exame começa mim pela manhã, quando acordo – agradeço pela vida, tento lembrar de algo importante e avalio bem os votos de sobrevivência. Prejudiquei alguém com palavras, atos, pensamentos? Então, tomo dois copos de meio litro de água para limpar o corpo e o pensamento.
Em o Livro dos Espíritos, na pergunta 419, Kardec resume a resposta dos reveladores enviados pelo Divino Amigo: “Nosso Espírito revela assim, a outros Espíritos, e à nossa revelia, aquilo que constitui o objeto de nossas preocupações de vigília”. Em outras palavras, não há segredos entre nós apenas não desejamos falar sobre nossas dúvidas… De certa forma, apesar de nos sentirmos “vivos” nessa roupa de carne, nosso Espírito, nossa individualidade permanece, em seu próprio plano, em harmonia mais ou menos conquistada.
Muitos de nós na Terra, sem sabermos, estamos psiquiatricamente doentes… de cama. Os sofrimentos na chamada realidade, a parte material de nossas vidas, é o remédio que fomos convencidos a tomar, o de que necessitávamos. Por outro lado, adquirimos as possibilidades pragmáticas de atender ao velho chamado do Infinito Doador através de Jesus Cristo. Um recanto da natureza amiga, um encontro interior na solidão de um bosque, uma água refletindo celestemente; entre borboletas, aranhas e árvores ver os raios de sol filtrados em caprichosos desenhos de luz e sombra.
Picapaus, tucanos, gaviões e urubus; sanhaços, beija-flores e pássaros de diversas espécies e cores. Será que andamos “vivos” ou será que andamos moribundos em meio à Criação? Talvez seja esse o valor do perdão, tal e qual vemos em Jesus, descrito pelo amigo Ramatís, em O Evangelho à luz do Cosmo: “No momento supremo do abandono dos amigos, o lacônico pedido de perdão aos crucificadores do alto do madeiro infame”
É… É tempo de paz, mas a pergunta que não quer calar: quando é que nós, cada um de nós irá, muitas vezes, ser agredido e calar?  Na rua, no trabalho, nas casas, no lar? Quando veremos a todos como amigos? “São dois espíritos, simpáticos que se comunicam e vêem reciprocamente os seus pensamentos, mesmo quando não dormem” como vemos na pergunta 421 sobre a transmissão oculta do pensamento, parte do capítulo oito, livro 2, Emancipação da Alma. Tudo isso está latente em nós, como propriedade divina, à espera de despertar em nós, a fim de termos uma vida superior, uma vida de paz.
Principalmente por isso, queridos, nos enviou o Espírito de Verdade, O Consolador; Ele concentrou-se na mente do Sr. Hipólito para criar a magistral figura, porque humilde, Allan Kardec. A resposta citada acima para a pergunta 421 é uma “forte motivação” para usar uma expressão moderna, da economia globalizada atual, “para alcançarmos resultados”.
Aqui deixamos claro, contudo, os resultados da alma, o Calvário que subimos através de sucessivas encarnações. O espírito humano, simples e ignorante das cavernas de 2001 – uma odisséia no espaço ou da era do gelo; o homem bruto vai sendo esculpido no atelier do Escultor Divino. O sofrimento, bem sofrido, é o remédio amargo do doente que exagerou no uso do livre-arbítrio. Estamos dormindo na experiência humana; a morte nos encaminha o despertar do anjo, que ainda não somos, mas, pela fé e pela auto-realização, um dia seremos, de fato.

[enviado por nosso amigo e leitor Luiz Fernando Costa Moreira]

5 Comentários

  • Uma verdade histórica de que nós mesmos temos de nos envergonhar…estávamos lá, também.Hoje somos(ou não?) um pouco melhores(quem sabe??) mas não temos o direito de acusar os antepassados…eramos nós!”?, portanto lá vamos viajando no tempo para redimir nossos erros calamitosos, com a certeza de que um dia, isso tudo ficará sanado e brilhante, como Jesus prometeu: vinde benditos de meu Pai..

  • […] Fernando, “11 de setembro – 10 milênios de Ira a partir da Mesopotâmia”, é só clicar aqui e deixar o seu comentário para o […]

  • Resposta simples…

    É,… Meu amigo, e o Mestre, ainda advertiu em sua cósmica moralidade: “Vá e não peques mais”…
    Retira da tua canga-consciência a dor e o sofrimento com pensas dominar o próximo, esquecido que estais da lei de causas e efeitos. Posto que essa dor se faz ciência para o teu aprendizado evolutivo, tantas vezes tu se repitas no ventre da Terra, impregnado pelo vírus da guerra, com o qual orgulhosamente pensas em dominar o orbe, criatura que nadas tens de ti e tudo tomas emprestado ao Criador, então pagas o tributo da desarmonia pela obsessão, pelo estupro e toda gama de crimes com os quais se desonras espiritualmente adiando indefinidamente o alcance da luz que se faz necessária para instituir a paz…
    Deitado esplendidamente no berço da ignorância, correndo em círculos feito penitente, indo e voltando do túmulo ao berço e chafurdado nos pântanos de ilusão que o materialismo incide, só não regrides por que a lei de misericórdia assim não o permite.
    Em terra de cego quem tem um olho só enxerga a metade… Eis que adverte o Espírito de Verdade: “Amai-vos e Instruí-vos, eis o primeiro e segundo mandamentos, que se aprendidos e vividos, trarão as transformações reais, por que modificaram alma e conduta e só assim a paz será a alegria das relações em todos seguimentos sociais…

    Ademário da Silva //@// 26/01/2012

  • […] 11 de setembro – 10 milênios de Ira a partir da Mesopotâmia […]

  • muito belo , e muito atual este comentario, bom ler sempre os ensinamentos e através deles procurar a prática da caridade para com todos, muita paz, e um forte abraço…

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