25 mar
2010

O casal Nardoni e a coerência da Doutrina Espírita.

Wellington Balbo – Bauru – SP

Em virtude do julgamento do casal Nardoni o caso da garota Isabela, morta em março de 2008 após ser atirada do alto de um prédio, ocupa novamente grande espaço na mídia.

Natural, atitudes insanas cometidas contra crianças causam enorme comoção. O pai e a madrasta da garota são acusados e várias pessoas estão reunidas para o julgamento de ambos. A sentença sairá em poucos dias. Não vamos entrar no mérito da questão se o casal é culpado ou inocente.

O ponto a ser abordado é bem outro: as penas impostas pelo tribunal humano e as impostas pelo tribunal da consciência.

Nada é mais doloroso e aprisionador do que o peso da culpa. O que são 30, 40 anos de confinamento em prisão se compararmos com as chamas da culpa queimando a consciência?

O que é a decisão de um júri humano perto da jurisprudência divina estampada na consciência de cada ser?

A pior prisão não é aquela que trancafia o corpo físico, mas, sim, aquela que atormenta a alma que se compromete com as leis divinas. Nesse tipo de prisão não há qualquer liberdade ou tempo para banho de sol. Ela é implacável!


Frequentemente aqueles que se enredam pelo caminho do crime são sumariamente chamados de “desalmados”. Mal sabem os acusadores de que os “desalmados” habilitaram-se a penoso resgate.

A Doutrina Espírita, no entanto, diverge da tese dos desalmados e explica que os chamados desalmados, marginais que segundo a opinião pública são monstros trajando o vestuário de gente, são espíritos; espíritos que se deixaram arrastar pelos impulsos primitivos da ira e por isso comprometeram-se em atos insanos. Pagarão por isso, sem dúvida, obedecendo a lei de causa e efeito.

A consciência cedo ou tarde os cobrará, impondo sanções disciplinadoras e corretivas para que retomem o caminho do bem.

Quanto a nós outros, nada de violência, revide e pensamentos de revolta. Isso apenas piora a situação já tão lamentavelmente explorada pela imprensa sensacionalista.

Nossa postura deve ser cristã, serena, tranqüila. Jesus recomendava piedade, se somos seus seguidores, pois, devemos seguir seu conselho.

É um absurdo, uma atitude de total desequilíbrio agredir o advogado dos acusados, como fez um cidadão. Ele deveria estar em sua casa, cuidando de sua vida, preocupado com seus afazeres ao invés de tumultuar o que já está demasiadamente tumultuado. Diz o ditado popular: Muito ajuda quem não atrapalha. Portanto, não estejamos no rol daqueles que atrapalham. Muito melhor fazer o caminho inverso: Ajudar. Óbvio, muito mais eficaz.

Se sei que determinada situação escapa ao meu controle, que nada posso fazer para alterar o destino, o que faço? Reconheço minha pequenez e me entrego de corpo e alma em fervorosa oração, pedindo a proteção do Alto para os envolvidos. Pronto, nada além disso.

A violência apenas aumenta o clima de tensão ao invés de resolver o problema. Não podemos pagar o mal com o mal.

Os envolvidos em um caso tão doloroso estão sofrendo muito, é inadmissível sob o ponto de vista cristão atirarmos mais lenha nessa fogueira de mágoas e desencontros.

Cuidemos de nossa vida, deixemos de lado o julgamento, a acusação, os dardos mentais emitidos contra essa ou aquela criatura, porquanto, cada um arcará com a responsabilidade de seus atos perante as leis da vida instituídas pelo Criador.

Podemos escapar do tribunal humano, mas não escaparemos do incorruptível tribunal da consciência. Assim sendo, inexistem razões para apelarmos à violência em qualquer situação, isso apenas demonstra o estado primitivo em que nos demoramos. Quanto ao casal, esses receberão o veredicto final da própria consciência. Se inocentes, mesmo trancafiados em inóspita prisão estarão absolvidos pelas leis da vida. Se culpados, mesmo soltos e vivendo em confortável mansão estarão sempre as voltas com os fantasmas de suas atitudes. Quanto a nós? Oremos pelos envolvidos, é o melhor a ser feito.

4 Comentários

  • Muitas vezes é compreensível uma atitude mais "violenta" da parte da mãe…. Mas coloquemos aqui a atitude de Maria… que viu seu filho sendo açoitado, torturado, carregando uma cruz… e pq??? Por ter sido ele um pregador do bem… do amor… e o homem em sua ignorância, o viu como uma ameaça….
    Maria, contudo… perdoou os que o açoitaram e os que o crucificaram… e até hoje… continua olhando por nós… seres que um dia negamos a Cristo e que hoje, tentamos andar por sua estrada…
    Como bem disse Albert Einstein… " o mal não existe, o que existe é a ausência do amor de Deus nos homens."

  • Texto mais piegas!

    Daniel Paes

  • e verdade concordo nunca devemos dar o mal a quem nos da mal somente dar em troca do mal o bem pois a verdade temos sempre de orar mesmo contra nossos devedores ou seja contra nossos inemigos mesmo aquele que peca tem direito a uma segunda chance a tolerancia e precisao de nossas oraçoes temos de nos resignar ao perdao de nossos ermaos que ainda muitos vivem na ignorancia nao somos nimguém para julgar deus somente tem esse poder de mesmo que tb somos devedores mais uma vez amigo parabens beijos paz e luz em sua vida

  • Sou Testemunha de Jeová afastado de lá e sem vontade de retornar pra lá. Digo isso porque alguém de uma religião assim não entende e não aceita nada do que se fala a respeito do espiritismo. Cresci ouvindo que é tudo obra de satanás, de demônios.

    Mas a cada dia que passa, me identifico mais e mais com o que o espiritismo ensina. Eu gostaria muito, mas muito mesmo, que tudo isso fosse realmente como é ensinado pelas doutrinas espíritas.

    Mas… eu sou só um alguém perdido. Se rumo.

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