18 ago
2011

Viver Compaixão

Publicado em 02/08/2006

Artigo de nossa nova colaboradora Martha T. Capelotto, trabalhadora voluntária do Centro Espírita Teresa de Jesus na cidade de Jaú – SP.

Recentemente, Dalai  Lama, monge e líder tibetano, esteve no Brasil fazendo palestras em vários lugares, tendo sido ouvido por milhares de pessoas. O conceito de espiritualidade, para ele, está relacionado, segundo suas próprias palavras, com as qualidades do espírito humano – tais como o amor e compaixão, paciência, tolerância, capacidade de perdoar, contentamento, noção de responsabilidade, noção de harmonia – que trazem felicidade tanto para a própria pessoa quanto para os outros.

Tal conceito não poderá ser refutado por nenhuma religião, filosofia ou qualquer outro tipo de segmento, já que encerra uma verdade em si mesma.

Dentre as qualidades acima citadas, todas são relevantes, mas, gostaria de dar destaque à compaixão, em razão da sua  importância e  necessidade de ser exercitada em nós.

Primeiramente, citaria uma definição de Hammed, autor espiritual de vários livros, recebidos através da psicografia, que diz assim: “Ter compaixão é possuir um entendimento maior das fragilidades humanas. Somos compassivos quando nos tornamos mais realistas, menos exigentes e mais flexíveis com as dificuldades alheias. E diz ainda, “Compaixão é o desenvolvimento do sentimento de fraternidade que move o ser fraterno a ter uma noção ética com vistas à integração e à solidariedade entre as pessoas.

A propósito dos acontecimentos de violência que temos presenciado, a situação geral do planeta, guerras, misérias e miseráveis, corruptos e corrompidos, certamente, a ausência de compaixão em nós, é um dos motivos de tantas mazelas e tristezas.

Ser compassivo é ser ativo. Pensar na dor do próximo como se sua fosse. Despojar-se  de todo sentimento de superioridade, tratando de igual para igual o ser necessitado, para que ele possa, com apoio e compreensão, livrar-se da situação aflitiva, sem nenhum constrangimento.

Porém, uma outra necessidade surge, que é aprender a sensibilizar-se e desenvolver o afeto que está latente em nós. Para Ermance Dufaux, “deveremos nos habituar a olhar o mundo, a natureza, os acontecimentos, as pessoas, sob uma ótica reflexiva, pelas vias da meditação, buscando sempre os “porquês” de tudo, ainda que, em princípio, não tenhamos condições de compreender com profundidade em nossas análises”.

A indiferença e a insensibilidade diante das dores alheias provocam o agravamento das relações humanas, banalizando acontecimentos extremamente graves.

Outro aspecto que merece atenção é a diferença entre ser compassivo e sentir dó ou pena. Enquanto a compaixão provém de um coração puro, solidário, compreensivo, o sentir dó ou pena implica uma atitude de arrogância, por se  acreditar que aquele que se encontra em aflição é inferior ou incapaz de sobreviver sem a nossa ajuda.

A compaixão se aplica em todas as situações, em todos os locais e não deve se restringir ao âmbito de nossas vidas privadas. 

É claro que exercer a compaixão irrestritamente não é tarefa das mais fáceis, levando quase sempre a um exaurimento de forças, pois a exposição constante aos sofrimentos somada com a sensação de não ter seu esforço ou valor reconhecido, pode provocar sentimentos de impotência e até de desespero.

Porisso, lembremos mais uma vez, palavras de Jesus, “Bem-aventurados os aflitos, porque deles é o Reino de Deus “ e esse Reino certamente nos pertencerá quando nos tornarmos agentes da paz , da alegria, observadores dos  princípios éticos e morais que devem nortear a vida de todos nós, seres humanos.  

 

Martha Triandafelides Capelotto – Divulgadora do Espiritismo.

7 Comentários

  • Bom artigo, muito bem explicado parabens.

  • Já estou me inscrevendo para receber por email as novas postagens, mas sempre que tiver oportunidade estarei aqui no site deixando o meu comentário. Sábia mensagem, a compaixão é fruto do amor, do amor universal, amor fraterno que tanto Nosso Sr.Jesus Cristo não só pregou como exemplificou. Quem não exerce a compaixão pelo irmão ou situação que se apresenta não está ainda com a
    semente do verdadeiro amor alicerçada, quando em uma situação que realmente nada podemos fazer, nem ao menos oferecer nosso ombro, um sorriso, uma palavra, devemos então silenciosamente oferecer nossas preces, mentalizar energias de amor, sempre podemos fazer algo, parabéns por compartilharem e fiquem em paz, beijos Luconi

  • Desculpe mas não achei o lugar onde possa me inscrever para receber as atualizações via email, desculpe pensei que tinha,então adiciono em meus favoritos, beijos Luconi

  • Parabéns, pela mensagem Martha, sabemos como é dificíl praticar embora a gente pregue todos os dias , este amor ao próximo , que se resume em todos estes sentimentos .
    Abraço fraterno.

  • Parabéns muito bem explicado o artigo, e nos passa o verdadeiro sentimento que deve nos mover,apesar de dificil é a compaixão é uma meta de deveos colocar em nossos vidas e praticá-la diariamente.
    Abraços fraternos.

  • Querida amiga do meu coração e companheira de ideal espírita.Seja bem vinda ao Jornal Visão Espírita. Seu artigo está bem fundamentado e reflete nossos sentimentos diários. Continue a escrever e brinde-nos com seus conhecimentos e bom senso . Que seus artigos possam trazer luz a nossa caminhada. Deus a ilumine sempre. Bjs. Ulmara

  • Amiga, e companheira de ideal, Parabéns por esta palestra, Deus a abençoe e ilumine para que você possa nos trazer páginas de esclarecimento,como este,muito obrigada, com esta palestra aprendi um pouco mais. Um beijo em seu coração.

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