20 jun
2010

O propósito da Lei

Jesus inovou o pensamento religioso ao apresentar Deus como Pai
amoroso.

Antes Dele, vigorava a concepção de um deus ciumento, colérico e
vingativo.

Entretanto, costuma causar perplexidade que os filhos de um Deus de
amor estejam sempre a braços com o sofrimento.

Viver constitui uma tarefa trabalhosa.

As criaturas estão sempre às voltas com desafios e angústias.

Por mais afortunado que alguém pareça, ele experimenta alguns
padecimentos.

A Divindade realmente criou todos os seres para que sejam felizes.

Ocorre que a ordem cósmica não foi estabelecida para comportar a
felicidade do egoísta e do preguiçoso.

O Universo é dinâmico e os seres precisam tomar gosto pelo
trabalho, a fim de colaborarem com o progresso.

O aprimoramento das condições físicas e morais da vida dá-se por
obra dos homens, que devem fazer a sua parte.

Todos são confrontados com desafios para que se fortaleçam,
cresçam e melhorem.

Nesse processo de aprendizado, cada um responde pelo uso bom ou mau
que faz de seu tempo e de seus recursos.

Considerando que o egoísmo ainda é bastante presente na Humanidade,
não causa espanto que haja muito para resgatar.

Daí surgem os espetáculos de graves enfermidades e dores.

Contudo, o propósito da Lei não é punir, mas educar, corrigir.

Ela deseja levar o faltoso à reparação e ao bem, não à dor.

O padecimento dura o tempo necessário a que o desejo de reparar
comece a produzir frutos.

Não basta se arrepender e sofrer moral e fisicamente.

Todo mal feito deve ser reparado para que a paz se instale no íntimo
da criatura.

O equilíbrio, a paz e a saúde são reflexos da harmonia com a ordem
cósmica.

No contexto da mesma existência física, o ideal é que a
reparação se faça plena para a mesma pessoa que foi lesada.

Ao assumir os próprios erros, sem disfarces, o equivocado enfrenta
seu orgulho e sua vaidade e progride.

Entretanto, nem sempre é possível reparar diretamente.

Às vezes, quando a consciência do equívoco surge, o ofendido não
mais está próximo.

Há também erros cometidos em outras existências físicas, cujas
vítimas perdoaram e seguiram em frente.

A rigor, os erros são cometidos contra a Ordem Cósmica,
representada em certo contexto por quem foi a vítima do ato.

O compromisso é assumido com a vida e em face dela deve ser saldado.

Desse modo, o importante é tomar gosto pelo bem e fazer-se um agente
do progresso.

Amparar os desgraçados do mundo, quem quer que sejam.

Perdoar as ofensas, compreender as fragilidades alheias e dar
exemplos de trabalho, pureza e bondade.

É exatamente esse o propósito da Lei: que o bem surja no íntimo
das criaturas e se exteriorize mediante atos dignos.

Pense nisso.


Redação do Momento Espírita.

Em 10.06.2010.

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