Carências
Sempre extraindo de obras importantes a inspiração para cada texto, hoje quero abordar um tema, claro, sempre de maneira muito sucinta, sobre o significado de carência, que todos nós, de alguma maneira, a experimentamos.
Primeiramente, poderíamos defini-la como um estado íntimo de manifestação que surge da privação de alguma necessidade pessoal, cujo principal reflexo é o sentimento de infelicidade.
Sob análise espiritual, poderia ser um fluxo energético de vibrações não compensadas reclamando o dinamismo da complementação para gerar bem-estar e equilíbrio na vida do ser.
Pelo lado afetivo, é um processo de desnutrição que pode ter se iniciado na infância ou até mesmo em outras reencarnações, como por exemplo, desejos recalcados, expectativas não colimadas, frustrações não superadas, dando azo a uma descompensação emocional pelas experiências traumáticas mal elaboradas, gerando episódios de conflitos e sofrimentos no automatismo da vida mental.
Dentre todas as carências, a maior é a de afeto e carinho, sem os quais ninguém se sente humanizado, levando a criatura à exteriorização de seus sentimentos mais primitivos que estimulam a ganância e a crueldade proveniente do instinto de conservação exacerbado, segundo bem preleciona Ermance Dufaux, em sua obra “Mereça Ser Feliz”. No estágio espiritual da Terra, a carência de afeto, quase sem exceções, está atrelada aos ditames da lei de retorno.
É importante ressaltar que nem tanto do amor alheio precisam os carentes, porque a carência não está somente nessa ausência de ser amado, mas, existem outros mecanismos bloqueadores, compostos por processos emocionais e psíquicos do Espírito, que, mesmo amado, tais mecanismos não permitem o reconhecimento.
Outra abordagem trazida por Ermance, que deve ser mencionada, diz respeito à origem, ou seja, as matrizes profundas da carência que podem ser encontradas no subconsciente, que é o vício milenar de exigir e esperar ser amado sem disposição altruísta suficiente para amar, resultante de uma construção lenta e gradual com bases no egoísmo. O carente, em verdade, é um doente que deseja ardentemente amar sem conseguir, e, não conseguindo, passa a exigir ser amado, criando situações complicadas e frágeis; é alguém à míngua do amor, um constante cultivador da esperança de ser compensado.
Assim, solidão, ciúme, dependência, escassa autoestima, complexo de inferioridade, depressões, patologias corporais e outros tantos quadros de sofrimento podem decorrer dessa tormentosa vivência da “prisão emocional”, reflexos fiéis de atitudes inconsequentes e levianas de outrora. E quem se encontra nos bastidores de toda essa tormenta? O “espírito carente” passando atestado de sua incapacidade de amar, exigindo atenção e cristalizando-se no apego ou alimentando o ciúme, em conflituosas crises de possessividade.
Por outro lado, também carências surgem como ilusões da vida moderna estimuladas pela mídia e pelos costumes, exigindo de cada um, verdadeiro processo de reeducação e controle para não se experimentar padecimentos desnecessários.
Infelizmente, observamos uma grande parcela das pessoas que não estão aceitando, em nenhuma hipótese, a possibilidade de fazer cada conquista a seu tempo. Querem tudo para já, custe o que custar, vivendo a filosofia do imediatismo, sem obediência alguma à prova da resistência moral pela paciência e perseverança. Consequentemente, em assim agindo, percorrem os caminhos largos da precipitação e da imprudência, estimulando ainda mais, o egoísmo feroz, que é o outro nome da carência.
Desse modo, com muito ainda a tecer de comentários sobre o assunto, o primeiro passo é buscar um controle emocional para aferirmos as nossas reais necessidades.
Enviado por nossa amiga, leitora e colaboradora Martha Triandafelides Capelotto – Divulgadora do Espiritismo.
muito bom!!
Realmente, é muito esclarecedor. Cada um de nós tras bem no fundo de nossos íntimos uma certa carência, é como se tivesse sempre faltando alguma coisa, quando não se acredita realmente na existência do amanhã.
Boa Tarde!
Parabéns pela msg!
Oportuna e profunda reflexão.
Ter x Ser, em nossas escolhas
e ações o cultivo
do “Homem de Bem”.
Muito esclarecedor…concordo com a abordagem do tema…
Me identifiquei completamente com o descrito acima (infelizmente), mas como sempre digo, para resolver um problema o primeiro passo é identifica-lo.
Muito bom o texto.
Nossas carências nos levam à substituição. Cremos que um marido ou esposa assumirão lugares dos pais, que filhos assumem o lugar do cônjuge, que emprego assume o lugar de romances e que romances assumem o ambiente do afeto infantil, que o sexo assume o lugar do carinho. Isso pra não falar do chocolate, do cartão de crédito, do sapato novo.Obviamente este caminho não é o que satisfaz a carência essencial humana. A substituição é um equívoco duplo, porque pretende satisfazer uma carência usando uma realidade diferente e descaracteriza a própria realidade de suas funções, deste modo é que as carências da infância permanecem a gerar novas carências na idade adulta quando tratamos nossas novas realidades diferentemente de suas finalidades.O melhor é parar o processo de substituições e assumir as ausências. É melhor lidar com o vazio deixado pelas experiências passadas e relacionar-se adequadamente com as atuais realidades, extraindo delas o que têm para nos oferecer.
Excelente comentário.
muito bom , obrigado …refletindo <3
Maravilhoso e de grande ajuda para nossa Evolução diária…..Namaste
Muito bom.
Parabéns, texto muito bom e que soma no conhecimento das mazelas do ser humano!
=D
Todo esclarecimento liberta. Toda liberdade traz felicidade. Deus abençoe esses queridos que, usados por Deus vem nos ensinar a viver melhor!
Maravilhoso. Um grande ensinamento espiritual para nossa evolução.
GOSTARIA DE UMA AJUDA PARA LIDAR COM ESSA CARENCIA?
COMO PODEMOS CONTROLA-LA OU ELIMINA-LA A FIM QUE ELAS NÃO ESTRAGUE NOSSA RELAÇÕES AFETIVAS E FAMILIARES E APRENDERMOS DE UMA VEZ POR TODA COMO AGIR ?!
Infelizmente, eu me encaixo em tudo que foi dito nesta matéria porque eu sou uma carente não queria ser mas sou odeio a falta de afeto 🙁
Sim, a carência é realmente um sentimento que nos diminui. eu tenho me sentido a algum tempo muito carente. Mesmo sendo espírita e conhecendo tantas coisas, tenho enfrentado uma dificuldade íntima que não imaginava ter…
No meu caso, tenho oscilado bastante. A meditação ajuda, o evangelho também…
Dói bastante, mas acho que estou começando a aceitar a dor rsrsrs… é algo meio complicado, mas tem razão em dizer que precisamos aprender a dar sem esperar nada em troca…
isso é libertação. Abraços!