Viajando para evangelizar os povos
O baiano Divaldo Pereira Franco há mais de meio século percorre o Brasil e o mundo com a intenção de evangelizar. No último fim de semana, veio ao Rio Grande do Norte para lançamento do seu mais recente livro “Transição Planetária”. Em sua trajetória, encanta plateias repletas com suas mensagens, que falam com bondade e simplicidade do Evangelho e da alma humana. Sua principal mentora é o espírito Joanna de Ângelis, uma poetisa iluminada, que viveu sua última encarnação como freira da Igreja Católica e, como tal, se apresenta ainda hoje. É considerado, ao lado de Chico Xavier, um fenômeno editorial de psicografia, com mais de 180 livros publicados e traduzidos para mais 14 idiomas. Já esteve em mais de 50 países, nos continentes americano, europeu, africano e asiático. Nesta entrevista à Tribuna do Norte, ele fala de seu mais recente livro e explica os principais desafios do movimento espírita.
É possível falar em uma efetiva renovação para a sociedade terrena (transição planetária) iniciada a partir deste século?
A grande transição planetária teve início a partir da segunda metade do século XX, sendo que, na atualidade vem-se tornando mais vigorosa, quando se encontram em choque os valores ético-morais com a anarquia e a perda do sentido existencial. As lutas que se travam na sociedade hodierna e as aflições que esmagam os sentimentos humanos caracterizam o processo de transformação intelecto-moral porque todos devemos passar, a fim de alcançarmos a plenitude. Em todos os segmentos da sociedade encontramos a presença do sofrimento disfarçado ou não, os testemunhos rondando aqueles que se dedicam ao Bem e á Verdade, à Ciência e ao dever, conforme enunciado por Jesus, no Sermão profético, narrado por Marcos no capítulo 13 do seu Evangelho.
Diante disso, qual a contribuição dos vários segmentos religiosos e, em especial, do Espiritismo?
A contribuição dos segmentos religiosos, sociais, culturais e artísticos entre outros e, em particular, dos espíritas, constitui-se dos exemplos dignificantes que objetivam o bem comum, trabalhando em harmonia em favor da mudança da psicosfera terrestre, em decorrência dos nossos pensamentos e atos. Ninguém se poderá eximir de cooperar em favor dos novos tempos, sendo fiel aos princípios saudáveis da fraternidade e do trabalho dignificante, deixando de lado as mágoas, os sentimentos enfermiços e proporcionando alegria de viver a todos quantos se nos acerquem.
Nesse período, quais seriam os principais desafios ao Movimento Espírita? Quais caminhos para superar as possíveis dificuldades surgidas?
O Espiritismo é doutrina de ação evangélica semelhante à dos primeiros discípulos de Jesus, por ocasião da divulgação do Cristianismo primitivo. Não há outra alternativa senão vivermos os ensinamentos do Mestre, demonstrando-lhe fidelidade e estimulando as criaturas à mudança de comportamento para melhor, desse modo, encontrando roteiro de segurança para a conquista da plenitude. As grandes dificuldades sempre são defluentes do ego insensível e dominador, que reage quando deveria agir, que dificulta quando poderia facilitar, que cria embaraços quando é seu dever facultar possibilidades. Mantermo-nos fiéis aos postulados da Codificação, preservando-lhe os conteúdos doutrinários, é tarefa impostergável que ressalta na união entre todos, no trabalho comum da solidariedade em favor de melhores dias no futuro.
Quais as suas lembranças mais remotas sobre seu primeiro contato com o Movimento Espírita do RN?
Recordo-me do acolhimento fraterno da família José-Dagmar Melo recebendo-me no seu lar e, porque foram informados do meu amor pelo Espírito Auta de Souza, conduzindo-me à sua terra natal, onde experimentei dúlcidas emoções. Logo depois, conviver com o Sr. Abdias, Maria Banhos e outros Espíritos nobres, constituiu-me, naqueles dias em que era mais jovem, exemplos de dignificação que deveria imitar e que procurei guardar no coração.
Como definir a conexão entre a Federação Espírita do RN com o Espírito de Agostinho de Hipona?
Penso que se trata de vinculação espiritual entre o nobre divulgador do Cristianismo e os fundadores da Federação Espírita do RN. Recordo-me de que, num dos encontros informais realizados na sede dessa nobre Instituição, eu tive ocasião de ver o elevado Mentor inspirando-me e comandando as atividades doutrinárias.
Poderia falar sobre a lembrança de sua visita à cidade de Macaíba, na casa onde morou Auta de Souza?
Ao chegar à residência da querida amiga espiritual tive oportunidade de vê-la jubilosa, informando-me que procurava, na medida do possível, auxiliar as crianças da escola que lhe guarda o nome, bem como das pessoas da terra natal querida. Sugeriu-me que trouxesse algumas mudas do jasmineiro que se encontrava plantado no pátio da Escola, e que hoje está multiplicado em nossa Instituição em mais de uma centena que, na época da floração tudo perfuma.