Libertação do Sofrimento
Desde todos os tempos, de todas as eras, o homem vem travando uma batalha para livrar-se da dor em contínuas tentativas infrutíferas, quedando quase sempre em novas aflições.
A influência da mitologia, de algumas filosofias e doutrinas religiosas estabeleceram métodos depuradores para a libertação do sofrimento, que vão desde as mais bárbaras flagelações – silícios, holocaustos, promessas e oferendas, até ao ascetismo mais exacerbado (asceta – aquele que se dedica a um tratamento de autodisciplina, praticando mortificações, privações e contínuas orações).
Por outro lado, o homem vive na Terra sob a influência de medos: da doença, da pobreza, da solidão, do desamor, do insucesso, da morte, etc. Essa conduta é o resultado de seu despreparo para os fenômenos normais da existência, os quais devem ser encarados como processo de evolução.
Os motivos geradores do sofrimento residem, na maioria das vezes, na incapacidade do homem de dar o justo valor às suas necessidades básicas. A ambição desmedida pelas coisas, divertimentos, prestígio social, fama, e tantas outras ilusões, acabam por desviá-lo da sua rota espiritual.
A busca da realidade, do Eu, deve partir de uma análise profunda e interna das necessidades legítimas da vida. Primeiramente, é necessário adquirir um estado de espírito de paz, para passar por tudo sem ater-se a nada. Lembrando palavras lindas de Joanna de Angelis, “a chama que clareia exteriormente projeta luz, mas faz sombra; enquanto a que se manifesta do interior, irradia-se por igual em todas as direções, sem qualquer escuridão”
A mente e o corpo suscetíveis à dor pela posse ou perda das coisas externas sempre atravessarão largos períodos de sofrimento, transferindo-se de uma para outra forma de sofrimento, sem conseguir a libertação. O autoconhecimento será fator preponderante para que o discernimento se amplie e assim, sabermos o que é útil ou supérfluo para o nosso viver.
Jesus afirmou com sabedoria que o “Filho do homem não possuía uma pedra para reclinar a cabeça”, embora “as aves dos céus, as serpentes e feras tivessem ninhos e covis”, demonstrando o Seu desapego total a todas as coisas que sobrecarregam a criatura de tensão e de inquietação. Sabemos o quanto é difícil o desapego, o quanto é forte em nós as influências atávicas (hábitos e costumes trazidos na nossa bagagem espiritual), mas, o sofrimento poderá ser superado pelo amor, pela meditação, pela reeducação do espírito, que logrará com a vitória sobre ele, através das sucessivas reencarnações.
Jesus sintetizou no amor a força poderosa para a anulação das causas infelizes do sofrimento. Allan Kardec, através da observância das lições do Evangelho e das diretrizes propostas pelos espíritos superiores, aludindo a Jesus, apresentou a caridade como sendo a via real para a salvação, a aquisição da saúde integral.
O sofrimento tem vigência transitória, por ser efeito do desequilíbrio da energia que, direcionada para o bem e para o amor, deixa de desarticular-se, facultando aos seres a iluminação, a plenitude, portanto, a saúde integral, que a todos os seres do mundo está reservada pelo Pai Creador.
Martha Triandafelides Capelotto- Divulgadora do Espiritismo.
Boa noite! Com respeito ao medo não tenho e com respeito morte corpo não tenho medo, porque nós desencarnamos. Gostei muito de ler.