25 set
2010

Richard Simonetti em Rio Claro – SP

O Visão Espírita recebe a colaboração da jornalista Janyne Godoy

Aconteceu sábado 07/08/2010, às 20h, no Salão Nobre da Câmara dos Vereadores a palestra com o escritor e palestrante espírita Richard Simonetti de Bauru – SP, abordou o tema: Quem tem medo da morte?. Com entrada franca e o evento aconteceu em comemoração ao aniversário de 103 anos do Centro Espírita Fé e Caridade.

JC – O que você pensa da morte?
Richard Simonetti – O axioma “Na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”, de Lavoisier, pode ser aplicado à morte, que nada mais faz senão nos transportar para a vida espiritual.

JC – Como caracterizar essa mudança?
Simonetti – A morte cria um “retorno à superfície” (o plano espiritual), após o mergulho depurador na matéria densa, em que estamos usando um “escafandro” de carne – o corpo físico.

JC – Quais os problemas maiores envolvendo a morte?
Simonetti – Para quem fica, o egoísmo. Pensamos muito em nós mesmos, na enormidade de nossa perda. Comportamo-nos à maneira de um presidiário que não se conforma com a libertação do companheiro de cela. Para quem parte, o despreparo e o desconhecimento sobre a grande transição.

JC – Por que as pessoas apegam-se à religião quando se sentem ameaçadas pela morte?
Simonetti – A proximidade da morte, principalmente nas doenças de longo curso, impõe sérias reflexões, ajudando o paciente a superar as ilusões do mundo e buscar consolo em Deus.

JC – A religião ajuda?
Simonetti – Sem dúvida. Todas elas admitem a sobrevivência. Natural, portanto, que a aceitação de um princípio religioso nos ajude a enfrentar a grande transição e a superar a desajustante ideia de aniquilamento que o termo “morte” sugere.

JC – Tornaremos a ver os familiares que morrem?
Simonetti – Esse é o grande consolo que a Doutrina Espírita oferece, demonstrando que nossos amados não estão aprisionados em compartimentos estanques, nem irremediavelmente distanciados de nosso afeto. Eles nos veem, nos ajudam, nos esperam para um reencontro feliz quando chegar nossa vez.

JC – É possível conversar com eles?
Simonetti – Sim, com o concurso de pessoas dotadas de sensibilidade especial, os médiuns. Chico Xavier é o exemplo maior, com milhares de mensagens publicadas em dezenas de livros. Esse intercâmbio se faz, não raro, na intimidade de nossa própria consciência, com ideias e sentimentos que evidenciam a presença de nossos amados juntos de nós.

JC – Para onde vão os mortos? Quem os aguarda?
Simonetti – A morte promove o encontro com nossa própria consciência. Esse tribunal incorruptível determinará se seguiremos para regiões purgatoriais onde, segundo a expressão evangélica, “haverá choro e ranger de dentes”, ou se nos habilitaremos a estagiar em comunidades diligentes e felizes, integradas nos serviços do bem.

JC – A que você atribui o sucesso de seu livro “Quem tem medo da morte?”, que já vendeu mais de 200 mil exemplares?
Simonetti – Ao grande interesse que há em torno do assunto. As pessoas estão sequiosas de saber o que acontece na hora da morte, como é a vida espiritual, quais os problemas relacionados com acidentes fatais, morte de crianças, eutanásia, suicídio, cremação, cemitério, velório e muito mais.

JC – Dizem que sua palestra “tira o medo da morte”. É verdade?
Simonetti – A intenção é desmistificar, retirar da morte o mito de algo tétrico, terrível, mostrando-a como simples retorno à vida espiritual. Creio que isso ajuda a vencer o medo.

Então, O que achou?