A LEI CÁRMICA
Capítulo 29
Uni-me à dor de todos os meus irmãos, e entretanto sorrio e sinto-me contente porque vejo que a liberdade existe. Sabei, ó vós que sofreis; mostro-vos a verdade; tudo o que somos é o resultado do que fomos no passado. Tudo é fundado sobre os nossos pensamentos. Se as palavras e as ações de um homem obedecem a um pensamento puro, a liberdade o segue como uma sombra. O ódio jamais foi apaziguado pelo ódio, pois não é vencido senão pelo amor. Assim como a chuva passa através de uma casa mal coberta, assim a paixão atravessa um Espírito pouco refletido. Pela reflexão, moderação e domínio
de si próprio, o homem transforma-se numa rocha que nenhuma tempestade pode abalar. O homem colhe aquilo que semeou. Eis a doutrina do carma.
Dhammapa – Buda
JUSTIÇA, SAPIÊNCIA E COERÊNCIA DA LEI CÁRMICA
Na manhã do dia 15 de novembro de 1985, ao tomar nas mãos o jornal deminha cidade (Fortaleza) li estarrecido a seguinte mensagem: “O Nevado Del Ruiz, um vulcão que esteve inativo 143 anos na Colômbia, entrou em erupção matando cerca de 25 mil pessoas.”
As lavas derreteram a neve e os rios mataram muitos habitantes afogados enquanto dormiam. Resultou de Armero, um cemitério sob a lama petrificada.
Em nosso mundo, essas catástrofes, naturais ou não, são tidas como corriqueiras e sem o cunho da excepcionalidade, justamente por não impressionar a mais ninguém, devido à frequência com que ocorrem. Mas num evento como esse, podemos fazer inúmeras reflexões, que certamente deixarão nas mentes mais céticas, senão a certeza, pelo menos a possibilidade da existência de uma lei que regula tais ocorrências.
Perguntemo-nos: por que na cidade de Armero, se existem vulcões em inúmeras outras cidades? Por que morreram 25 mil e outros tantos conseguiram sobreviver? Por que as crianças, tidas como inocentes e os velhos indefesos? Por que as pessoas boas e honestas, que dormiam após exaustivo dia de trabalho honrado em favor da sobrevivência da família, enquanto outros que se divertiam nada sofreram? Por que à noite neutralizando os esforços para a fuga? Poderíamos fazer ainda variadas perguntas que certamente forçariam respostas nos leigos, cientistas e religiosos, embora nem sempre adequadas à realidade espiritual, nem tidas como verdadeiras e sensatas após conferidas até a exaustão frente à lógica da justiça divina.
Adentremo-nos sem preconceitos e sem ideias pré-concebidas no pensamento claro e singelo de Jesus, ao afirmar a existência de uma lei que concedia a cada semeador conforme o seu plantio. Que aquele que ferisse a ferro um seu irmão, igualmente seria ferido como consequência do seu ato anterior. Que seria ceitil por ceitil, evidenciando claramente a correspondência entre a ação e a reação posterior.
Jesus afirmou que a cada um seria dado conforme as suas obras, ou seja, penas ou recompensas, não cabendo aqui nenhuma outra interpretação, que seria malograda e ingênua. Trata-se, portanto, de uma lei física, natural, justiceira e equânime, estabelecendo que nenhuma ação, boa ou má consegue subtrair-se de reação equivalente, atingindo aquele que a gerou. Resulta de tal lei, que não é o acaso que rege os destinos humanos. Que felicidade ou desventura são produtos elaborados por aqueles que as conduzem.
Como explicar a diversidade dos destinos humanos sem essa lei? Como interpretar a lepra, a paralisia, a miséria, a lágrima, a dor, convivendo, às vezes, sob o mesmo teto com a saúde, a agilidade, a aventura, o sorriso, a fartura? Que filosofia poderia engendrar uma explicação sem comprometer seriamente o conceito de justiça divina?
O princípio acima referido chama-se lei de causa e efeito; lei que não pune, reajusta; não é parcial, mas justa; não anula o livre-arbítrio, embora estabeleça certa dose de determinismo em nossas vidas. Tal lei tem por função promover o progresso do Espírito, que caso não fosse impulsionado pela dor que ele mesmo traz a si, quando a impôs a seus irmãos, demorar-se-ia demasiadamente na situação de marginalizado das venturas divinas, que preceituam como ordem, o avanço para a perfeição.
Inútil culpar a Deus pela cruz que carregamos. Nós mesmos a construímos com o tamanho que ela tem, a madeira com a qual é feita, bem como os contrapesos de chumbo de que é ornada. Se existe um culpado é o carregador. Por que escolheu uma cruz tão grande e chumbada? A cruz tem a dimensão das dores causadas; o chumbo faz parte da invigilância mental.
Posso afirmar que Jesus também nos aconselhou carregá-la e segui-lo, ainda dentro da linha de pensamento segundo a qual a lei não pode ser derrogada. Mesmo seguindo-O, modificando nosso pensar e proceder, teríamos que levá-la conosco, como apêndice indesejável, mas útil ao Espírito. Ocorre contudo que se dela não podemos abdicar, com Jesus ela se torna mais leve, porque a conformação, a fé, o conhecimento e a coragem, transformam a massaranduba dos erros no isopor do otimismo e da perseverança no bem.
Todos os Espíritos estão submetidos à lei de causa e efeito, cuja regência é exercida conforme o grau de conhecimento e responsabilidade de cada um ao praticar uma ação qualquer. Como a cada ação corresponde uma reação, atuando no bem ou no mal o Espírito não consegue evadir-se da lei, que abrange qualquer fenômeno material ou moral.
Se cada Espírito está a cada dia em modificação do seu carma, temos que o homem constrói a cada hora o seu futuro, assim como a família, o país, o continente e a humanidade. Tudo é transformação. O mundo de há um minuto não é o mesmo de agora.
Os rigores do clima, a maldade humana, as pressões sociais, o terrorismo, a proletarização, o desamor, chaga viva da sociedade onde vigem o egoísmo e o orgulho, são moedas correntes nos dias atuais. Mas, esse sofrimento é proporcional ao débito contabilizado a cada um. Ao lado dos que optam pelo erro, encontram se aqueles que já se modificam, abandonando velhos vícios, sendo que todos suportam os flagelos naturais ou não, na proporção de suas faltas.
Em meio ao desespero e à dor, levanta-se a solidariedade e toma a feição de amor; e onde há amor todo sofrimento perde o significado punitivo para adquirir caráter de aprendizado. Outrossim, o progresso material apressando as transformações morais fortalece a criticidade, orientando o livre-arbítrio para os caminhos da justiça. É verdade que a dor trabalha sem descanso em um mundo de provas e expiações, tal qual o amor. Cansados de gemidos e lamentações os homens buscam a poesia e a esperança. Deus observa sua obra que não pode ter um fim tão miserável qual a fome, a degradação e a tragédia. Em sua pedagogia, permite a dor, como curso de preparação para a vivência do amor. É assim que funciona o universo; a rudeza da dor e o afago do amor.
Para melhor entender o funcionamento da lei de causa e efeito, necessário se faz relembrar uma outra lei natural ou mesmo biológica, a reencarnação.
Do livro: O Perispírito e suas Modelações – Luiz Gonzaga Pinheiro
Concordo com a lei,ela nos faz conhecer o Pai generoso que é nosso criador e sua justiça.
Quando se fala da justiça e misericordia de Deus,a biblia nos mostra que devemo confiar , porque não somos inocentes nem injustiçados, somos abençoados,pois Ele nos permite reconhecer nossos erros e nos convida para o recomeço.Como um aluno que não passou de série na escola e teve que repetir.
Eu gradeço a oportunidade.
abraços
Excelente texto.
Realmente a lei de causa e efeito é a expressão da verdadeira justiça. Aquela ao qual todos colhemos exatamente o que semeamos. Diante dela nada fica oculto ou mal pago. Deus é perfeito em sua criação.
A ciência está aos poucos comprovando todas as passagens do Evangelho. A lei do Karma é a mesma Ação e Reação. As manifestações Espirituais se reproduzem na matéria. O semear não é obrigatório, mas o seivar sim!!
Ana K. 12 de Março de 2015.
Aceito plenamente a lei de causa e efeito, é uma virtude de dar a cada um o que é seu, é uma glória, é colher o que plantou. O Evangelho segundo o Espiritismo de Kardec, nos explica muito bem a justiça Divina. Sou Kardecista, passista, psicografo muito, estudo demais o Evangelho, O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Céu e o Inferno e a Gênese.Gosto demais de ler os livros de Divaldo Pereira Franco, Chico Xavier e outros.
Os assuntos da Visão Espírita são lindos, uma mais bonito que o outro e quando a gente lê, a emoção é imensa, pois são coisas lindas que invadem a alma e o espírito. Nunca copiei nada de ninguém.
Quando faço alguma palestra, eu leio o assunto do qual vou falar de muitos autores, isto é, várias referências, e depois eu o escrevo com minhas próprias palavras. São todas descrições simples, simples
mas de todo coração. Foi um prazer poder responder à vocês.
Os espíritos exercem enormes influências em nossas vidas, onde podemos dizer que a lei de causa e efeito é uma delas.
Todos nós temos o nosso carma, isto é quando nascemos já está marcado tudo o que vamos fazer aqui antes de desencarnarmos, tudo tem a sua hora, nada acontece por acaso.
Que Jesus os abençoe hoje e sempre.
Cordiais Saudações!
Ana
Culturalmente lógico e profundo. Tecnicamente perfeito,.Grato: william prado