14 jan
2010

Artigo Orson Peter Carrara [Zilda prosseguirá trabalhando]

Orson Peter Carrara, grande amigo espírita, escritor com vários livros editados, escreve para vários jornais, palestrante e incansável divulgador do Espiritismo.
Enviou-me o artigo abaixo, que agora publico no Visão Espírita para você leitor [a] amigo [a] possa também expressar seus sentimentos e opinião ao fato ocorrido no Haiti.
Saúde e paz sempre.
O lamentável terremoto que atingiu o Haiti na terça, com vasta desencarnação coletiva no país, levou também de retorno à pátria de origem a respeitável Zilda Arns. Com três indicações ao Premio Nobel da Paz, Zilda dedicou sua vida ao próximo. Irmã de D. Paulo Evaristo Arns e nascida em 1934, a notável mulher integra equipe dos seareiros do Cristo em atividade no planeta: uma vida dedicada à educação, ao amparo da infância, da gestante e da pessoa idosa. Morreu na causa que sempre acreditou, como afirmou D. Paulo.

Como conhecido, indicou o portal UOL na tarde de quarta-feira: “(…)  Médica pediatra e sanitarista, Zilda Arns era fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa, órgão de Ação Social da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). A Pastoral estima que cerca de 2 milhões de crianças e mais de 80 mil gestantes sejam acompanhadas todos os meses pela entidade em ações básicas de saúde, nutrição, educação e cidadania.(…)”. É preciso falar mais?

Essa fecunda atividade no bem, normalmente em favor dos desfavorecidos de toda ordem, como a infância abandonada ou desnutrida, gestantes carentes e também pessoas idosas ou mesmo pessoas marginalizadas é grande marca dos seareiros do Cristo, que se inspiram no exemplo de Jesus, apesar das fraquezas e limitações humanas. Não perdem tempo com contendas, reclamações, justificativas, acusações ou dificuldades. Simplesmente trabalham. Trabalham porque reconhecem as dificuldades que aguardam a decisão humana, trabalham porque confiam no bem, trabalham porque sabem que o Mestre da Humanidade espera pela nossa decisão de amar.            Basta observam. Assim foram quando na passagem pelo planeta Irmã Dulce, Madre Tereza, Chico Xavier e outros valorosos vultos da história humana, ainda que muitos permaneçam anônimos, desconhecidos e mesmo na maioria das vezes incompreendidos e marginalizados. Cada um em seu estágio e atividades próprias, mas todos dignificando a condição humana.

Há um detalhe a não ser esquecido, porém. Todos somos imortais. Por terremoto, doenças, acidentes, idade avançada ou outras casas, todos deveremos retornar à condição primeira de todos nós: seres imortais. Por isso, Zilda, como tantos outros, que continuam a trabalhar, ainda que invisíveis aos limitados olhos humanos, também continuará sua luta de fé e trabalho pelo bem, ainda que com o corpo físico destruído. O corpo não é alma; o corpo é mero instrumento temporário. O espírito vive e é imortal.

Zilda deixa exemplo de solidariedade, de humanidade. Exemplo a ser seguido!

Quanto ao terremoto, bem, o terremoto merece outra abordagem. Aqui o desejo foi mesmo lembrar o vulto nobre e lutador dessa grande alma que também parte no trabalho, deixando a marca do bem em seus luminosos passos.

1 Comentário

  • Olá amigos, parabéns pelo blog, está muito bom. Gostaria de contribuir com um trecho de "O Evangelho Segundo o Espiritismo":

    – Justiça das aflições –

    3. Somente na vida futura podem efetivar-se as compensações que Jesus promete aos
    aflitos da Terra. Sem a certeza do futuro, estas máximas seriam um contra-senso; mais ainda: seriam um engodo. Mesmo com essa certeza, dificilmente se compreende a conveniência de sofrer para ser feliz. E, dizem, para se ter maior mérito. Mas, então, pergunta-se: por que sofrem uns mais do que outros? Por que nascem uns na miséria e outros na opulência, sem coisa alguma haverem feito que justifique essas posições? Por que uns nada conseguem, ao passo que a outros tudo parece sorrir? Todavia, o que ainda menos se compreende é que os bens e os males sejam tão desigualmente repartidos entre o vício e a virtude; e que os homens virtuosos sofram, ao lado dos maus que prosperam. A fé no futuro pode consolar e infundir paciência, mas não explica essas anomalias, que parecem desmentir a justiça de Deus. Entretanto, desde que admita a existência de Deus, ninguém o pode conceber sem o infinito das perfeições. Ele necessariamente tem todo o poder, toda a justiça, toda a bondade, sem o que não seria Deus. Se é soberanamente bom e justo, não pode agir caprichosamente, nem com parcialidade. Logo, as vicissitudes da vida derivam de uma causa e, pois que Deus é justo, justa há de ser essa causa. Isso o de que cada um deve bem compenetrar-se. Por meio dos ensinos de Jesus, Deus pôs os homens na direção dessa causa, e hoje, julgando-os suficientemente maduros para compreendê-la, lhes revela completamente a aludida causa, por meio do Espiritismo, isto é, pela palavra dos Espíritos.

Então, O que achou?