O Bem e o Mal
Fazendo uma análise bem superficial do nosso mundo, das situações aflitivas vividas por milhões de pessoas em todo o orbe, perguntamos a nós mesmos quando haverá uma melhora representativa nas relações humanas e quando teremos, de forma substancial, uma diminuição da miséria, das guerras, da corrupção e tantas outras mazelas que ainda nos colocam num estado de semibarbárie.
Claro, muitas questões em jogo estão envolvidas por interesses econômicos e de poder, aliás, poder que se pretende preservar em detrimento de qualquer valor moral e ético.
Atrelado a isto também, está o nosso desenvolvimento evolucional que, como acima mencionei, mais se aproxima dos tempos das cavernas do que a falsa ideia de que já somos evoluídos diante de uma tecnologia que se desenvolveu a partir dos dois últimos séculos, principalmente. Desenvolvimento tecnológico e científico destituídos de valores superiores é perigo certo.
Quantas vezes, por exemplo, nas lides políticas, deixamos de ser participativos, alegando não termos estrutura para tantas iniquidades que rolam no meio. Sabemos sim, que todos aqueles que são imbuídos de boas intenções, de capacidade técnica, de honestidade, enfrentariam um batalhão de ímpios, de pessoas que não têm nada a perder, que estão descompromissadas com o trabalho, principalmente, aquele voltado para o bem de uma coletividade. Assim, permanecem no poder, pensando unicamente em alimentar suas contas bancárias. Justiça seja feita, alguns poucos não se enquadram neste rol.
Dessa forma, a questão se encontra entre o bem e o mal.
Como bem preleciona Leon Denis, na sua obra “Depois da Morte”, “…Para avaliar o bem e o mal, o verdadeiro e o falso, o justo e o injusto cumpre nos elevarmos acima dos estreitos limites da vida atual e considerar o conjunto dos nossos destinos. Então o mal aparece tal como é, como um estado transitório inerente ao nosso mundo, como uma das fases inferiores da evolução dos seres para o Bem. Não é em nosso mundo nem na nossa época que se deve procurar o ideal perfeito, mas na imensidade dos mundos e na eternidade dos tempos.”
Precisamos todos compreender, que o mal, como uma oposição às Leis Divinas, não pode ser obra de Deus; é sim, obra dos homens, que utilizam de forma inadequada o seu livre-arbítrio, a liberdade concedida por Deus para que ele próprio proceda às suas escolhas.
Assim, diante da vasta perspectiva de nossas existências, cada uma das quais é um combate para a luz, vamos galgando patamares mais elevados de moralidade, rumo à perfeição.
No Livro dos Espíritos, no capítulo II, do Livro IV, encontramos várias mensagens de Espíritos Superiores e uma delas, de Paulo, o Apóstolo, se reportando às penas e gozos futuros, magistralmente diz: “Gravitar para a unidade divina, tal é o destino da Humanidade. Para alcançá-lo, três coisas são necessárias: a Justiça, o Amor e a Ciência; três coisas lhe são opostas e contrárias: a ignorância, o ódio e a injustiça”.
O mal, como obra humana, engloba os três quesitos acima e colocá-lo em paralelo com o Bem, na sua eternidade, é desconhecer a essência do Criador. Só Deus é eterno e não poderia criar o mal eterno.
Finalizando, trago mais um pensamento de Léon Denis, revestido de uma poesia encantadora, que nos dá ânimo para prosseguirmos lutando em defesa do Bem: “É belo, é consolador e doce poder caminhar na vida com a fronte levantada para os céus, sabendo que, mesmo nas tempestades, no seio das mais cruéis provas, no fundo dos cárceres, como na beira dos abismos, uma Providência, uma Lei Divina paira sobre nós, rege os nossos atos, e que, de nossas lutas, de nossas torturas, de nossas lágrimas, fez sair a nossa própria glória e a nossa felicidade. É aí, nesses pensamentos, que está toda a força do homem de bem!”
Martha Triandafelides Capelotto- Divulgadora do Espiritismo.
Não se preocupem com os que continuam desafiando as leis Divinas, pois, seus dias já estão contados, é a ultima oportunidades que terão de reencarnar na terra. Vamos dar o melhor de nós para ficarmos aqui.