23 out
2010

O elevado custo da desforra

Se algum egoísta procurar tirar vantagem da sua pessoa, apague-o da
sua lista, mas não tente desforrar-se, pois, quando a gente tenta
desforrar-se, fere mais a si próprio do que a outro indivíduo.

Estas palavras soam como se tivessem sido proferidas por algum
idealista lírico, algum guru ou sábio desta Terra.

Mas não foram. Esses dizeres apareceram num boletim publicado pelo
Departamento de Polícia de Milwaukee, Estados Unidos.

Como é que ao procurar desforrar-se, você poderá ser ferido? Por
diversas maneiras.

Segundo a revista Life, isso poderá arruinar até mesmo a sua
saúde.

Um relatório publicado em matéria desse periódico afirma:

A principal característica da personalidade dos hipertensos é o
ressentimento. Quando o ressentimento é crônico – acrescenta –
seguem-se a hipertensão crônica e as doenças cardíacas.

Esta ligação feita pelas ciências da saúde, nos dias de hoje,
entre o estado da alma e a saúde do corpo, não é nova.

As tradições orientais já haviam feito este link com segurança,
há muito tempo.

Jesus, igualmente, quando proclamou o Ame aos seus inimigos ou Perdoe
setenta vezes sete vezes, não estava apenas ensinando um princípio
elevado de moral.

Estava recomendando, a todos nós, a maneira de evitarmos as doenças
do coração, a hipertensão, as úlceras do estômago e muitas outras
enfermidades.

Pensemos: será que os nossos inimigos não esfregariam as mãos de
contentamento, se soubessem que o nosso ódio por eles está nos
esgotando as forças pouco a pouco?

Será que não se deliciariam sabendo que este sentimento está nos
tornando cansados e nervosos, arruinando o nosso aspecto físico
até, trazendo-nos distúrbios cardíacos e, provavelmente,
encurtando a nossa vida?

Assim, não concedamos a eles este prazer. Preservemos a nós mesmos
em primeiro lugar, evitando a vingança e o ressentimento.

Trabalhemos a raiva. Racionalizemos a raiva. Expurguemo-la de nossa
intimidade através das tantas maneiras existentes que não agridem
nem ao outro, nem a nós mesmos.

Mesmo que ainda não possamos amar nossos inimigos por completo,
amemos, pelo menos, a nós mesmos.

Amemo-nos tanto que não permitamos que os nossos inimigos controlem
a nossa felicidade, a nossa saúde, a nossa aparência.

Ou ainda, recordando as palavras de Shakespeare:

Não esquentes uma fornalha tão quente para o teu inimigo a ponto de
tu mesmo saíres chamuscado.

A desforra, a vingança apresenta-nos elevado custo, custo esse que
não vale a pena ser assumido.

A vendeta e a mágoa crônica são os venenos que tomamos esperando
que o outro morra.

Assim, amemo-nos um pouco mais, preservando nossa intimidade desses
verdadeiros inimigos de nossa evolução – os vícios morais.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 13

do livro Como evitar preocupações e começar a viver,

de Dale Carnegie, ed. Companhia Editora Nacional.

Então, O que achou?