5 fev
2015

Apagão Final

Luiz C. Formiga - arquivo VE

Luiz C. Formiga – arquivo VE

Por Luiz Carlos Formiga.
Vivemos dias de apagões. Pensemos na luz para os dias futuros. Teremos cortes de energia nos horários de pico?
Na ausência de energia luminosa nem ministros se entendem, passam e recebem pitos, como em janeiro de 2015. Tirem conclusões das complicadas explicações.
O apagão foi por “restrições na transferência de energia do Norte para o Sudeste”, aliado a “elevação da demanda na hora de pico”. Disse o Operador Nacional do Sistema Elétrico (NOS).
O apagão foi provocado por uma falha na linha de transmissão da estatal Furnas. Disse Eduardo Braga, ministro das Minas e Energia. No entanto, no dia seguinte disse diferente:
– “A esta altura, não tenho como lhe dizer, com o senso de justiça e responsabilidade que devemos ter, se foi falha técnica ou se foi falha humana”.
Gestor surpreso contradisse o ministro. Falha? Técnica ou humana? Negativo. Disse o diretor-geral do ONS, Hermes Chipp. O apagão teve a ver com uma “atuação incorreta da proteção, em função do desvio de frequência”. Nem apagão houve, mas um “desligamento preventivo de carga, programado com as distribuidoras”.
Para eleitores, a grande montanha, a mais difícil de remover pela fé, nestes dias de muitos ministros, é a do desencanto.
Existem apagões no plano espiritual?
Emmanuel diz que, no vasto caminho da Terra, cada criatura procura o alimento espiritual que lhe corresponde à posição evolutiva. A abelha suga a flor, o abutre reclama despojos, o homem busca emoções. Mas ainda mesmo no terreno das emoções, cada espírito exige tipos especiais.
Há pessimistas que se enclausuram em nuvens negras, atendendo a propósito deliberado, durante séculos.
O discípulo de Jesus – aquele homem que já se entediou das substâncias deterioradas da experiência transitória -, pede a luz da sabedoria, a fim de aprender a semear o amor em companhia do Mestre…
Jesus faz convite ao trabalho santificante, planificado no Código do Amor Divino.
Cultura é “herança e transformação”. Ninguém começa do zero, disse o poeta. (1)
Creio que foi por isso que o escritor Jorge Hessen (2005) divulgou memórias do NEU, pensando nos dias futuros. (2)
Nele encontramos perguntas.
Passaram-se quase 10 anos. Links, no texto, quase já não funcionam. “Restrições na transferência de energia do Norte para o Sudeste?”
Em 2025, os que ainda estiverem por aqui, que recordações terão do NEU?
Será que não colocamos etiqueta e preço?
Será que não somos bons músicos, ministros ou dirigentes? “Falha na linha de transmissão da estatal Furnas?”
Isso não importa agora, façamos o nosso melhor!
Lembro que em 2005 andei perguntando. O que fazes com teu conhecimento sobre a vida acadêmica, sendo espírita? E, com o conhecimento técnico sendo espírita-aluno; funcionário ou docente? Será que cometeu alguma “falha técnica ou humana?” Fora da universidade apresentou “atuação incorreta da proteção, em função do desvio de frequência?”
No movimento espírita, você lembra da participação de Bezerra de Menezes, do Professor Leopoldo Machado, Deolindo Amorim entre outros? Estes trabalhadores, quando chegaram à universidade não encontraram espíritas organizados.
Brasílio M. Machado teve tese de conclusão de curso, na Faculdade de Medicina, reprovada. (3)
Acreditar em algo e não vivê-lo é desonesto. Qual o valor de uma página na internet? Qual é a importância de um núcleo espírita na universidade? A universidade pública é laica. Como trabalhar e divulgar a Doutrina Espírita numa instituição que possui esta característica fundamental? Como lidar com a indiferença e o fanatismo? Que objetivos devem nortear um NEU, com Kardec, no inicio da Regeneração?
“Tem-se-vos dito uma coisa muito verdadeira, que desejamos relembrar-vos: que o Espiritismo é simplesmente uma moral”. (4)
Naquele tempo, quando não havia petrolão, a palavra de um cidadão valia mais do que uma nota de bilhão. (5)
Ética é Luz, nos Seres de Luz
O mentor de Chico Xavier conclui: se a candeia ilumina, queimando o próprio óleo, se a lâmpada resplende, consumindo a energia que a usina lhe fornece, ofereçamos a instrumentalidade de nossa vida aos imperativos da perfeição, para que o ensinamento do Senhor se revele, por nosso intermédio, aclarando a senda de nossos semelhantes.
O Evangelho é o Sol da Imortalidade que o Espiritismo reflete, com sabedoria, para a atualidade do mundo.(6)
Lendo “Cadáver adiado que procria”(7), comecei a pensar nos acontecimentos que ocorreram nos últimos 10 anos e nos que virão até 2025. Certamente não vale a pena aplaudir estelionatos eleitorais. “Na década passada o petismo desperdiçou uma das maiores oportunidades econômicas que o Brasil contemporâneo já teve: a notável bonança externa decorrente do crescimento exponencial dos preços de nossas exportações de matérias-primas e a disponibilidade de dinheiro externo abundante e barato.”
Enquanto espíritas, o que desperdiçamos na mesma década? Será que cometemos erros semelhantes aos dos nossos políticos governantes, que “em vez de fomentar a competitividade da economia, investindo em infraestrutura, reduzindo o custo Brasil e incentivando as exportações de manufaturados, o petismo fez o contrário: barateou as importações e encareceu o preço externo de nossas exportações industriais. O golpe na indústria doméstica foi fatal.”
Uma outra realidade agora, para espíritas universitários, é que sobraram poucos NEUs diante do número encontrado em décadas anteriores. Que apagão foi fatal? Será que ainda teremos NEUs em 2025?
Religiosos poderão dizer que não sabiam ou que estavam apegados à letra. E nós, espíritas, o que poderemos alegar, na espiritualidade, após o “apagão” final?
4. São Luís. Livro dos Médiuns. Capítulo XXXI, item XVII

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