Acontecimento de Angra dos Reis na visão da Espiritualidade
Só é possível resignar-se diante à vontade de Deus que proporciona aos seus filhos a ocasião de exercitar sua paciência e resignação à Sua vontade e assim, multiplicar para aqueles que ficam os sentimentos de abnegação e de desinteresse, ampliados para o amor ao próximo. A natureza não pode ser responsável pelos vícios de uma organização social, entretanto, seria preciso ser cego para não reconhecer que o progresso desmedido traz o sofrimento em lugares de refúgio. Um infortúnio como este tem a intenção de fazer com que os seres humanos corrijam erros, progridam mais depressa espiritualmente, para ampliar em um todo seu regeneração moral e ética, e assim, adquirir uma maior conscientização, além de fazer chegar mais rapidamente uma nova ordem de pensamentos para realizar em alguns anos o que exigiria séculos.
A Providência Divina tenta empregar para o aperfeiçoamento da humanidade outros meios que não os destruidores, porém os homens não tiram proveito disso; na busca desgovernada pelo progresso é preciso também doutriná-lo em seu orgulho.
Entre os flagelos destruidores, naturais e independentes do homem, é preciso colocar na primeira linha as pandemias, a fome, as inundações e as intempéries fatais à produção da terra.
Allan Kardec já dizia que é preciso orar para que o homem encontre na ciência, no aperfeiçoamento da agricultura, na rotatividade das culturas, nas irrigações, no estudo das condições higiênicas, os meios de neutralizar ou de pelo menos atenuar os desastres naturais.
Algumas regiões, antigamente assoladas por terríveis flagelos, não estão preservadas hoje? O que não fará, portanto, o ser humano pelo seu bem-estar material quando souber aproveitar todos os recursos da sua inteligência e quando, aos cuidados de sua conservação pessoal, souber aliar o sentimento da verdadeira caridade por seus semelhantes?
Vamos nos unir em oração para juntos elevarmos nossa consciência e transformar o mundo para melhor.
Quem montou casa ao sopé do Vesúvio está arriscado a levar uma pedrada incandescente. Não é "vontade de Deus", é inconsequência. O mesmo se deu em Angra: os que construíram naquele fatídico lugar sabiam que estavam sujeitos aos deslizamentos. E eram pessoas de posses, podiam adquirir terrenos em paragens mais seguras.
Os atingidos, realmente, voltarão em novos corpos e com compreensão melhorada da vida. É assim que Deus perdoa nossos erros.