“Humanizando” o plano espiritual?

Alguns companheiros têm escrito, sob a alegação que, através das obras mediúnicas de nossa lavra, pretendemos “humanizar” o Plano Espiritual.
Com todo o respeito que eles me merecem, digo-lhes: Não é verdade!
A Dimensão Espiritual que na atualidade habitamos e que quase todos os encarnados, talvez com meia-dúzia de exceções, virão povoar, após a desencarnação, infelizmente, ainda não é a morada dos anjos.
Nas Esferas Superiores que, confesso, me escapam à capacidade de análise, a Vida, por dedução lógica, deve, sim, transcender os limites que a caracterizam na forma de tudo quanto nos rodeia, mas, por enquanto, estamos sujeitos às mesmas Leis que regem as condições da existência humana no Planeta.
É por isso e algo mais que temos insistido com nossos irmãos no estudo meditado dos livros de André Luiz, através da psicografia de Chico Xavier – estudo despojado de partidarismo doutrinário de toda e qualquer espécie.
Peço-lhes, pois, que me permitam, uma vez mais, enviar à reflexão daqueles que, sem preconceito, se interessam pelo conhecimento da Verdade, alguns fragmentos extraídos da obra “Nosso Lar”.
No capítulo 28, intitulado “Em Serviço”, Tobias, estando em companhia de André Luiz e Narcisa, recebe uma comunicação (através de “contato elétrico”, e não do pensamento – atentem para o detalhe!) que os “Samaritanos” haviam conseguido sequestrar “às trevas espirituais vinte e nove irmãos.” O problema, no entanto, é que, no momento, não estavam com tantos leitos disponíveis no hospital do “Ministério da Regeneração” – teriam que improvisar. Foi quando André Luiz, surpreendendo Tobias e Narcisa, disse: – “Ofereço-me com prazer, para o que possa aproveitar”.
Sabem, então, o que ele e Tobias, entre outras providências tomadas, começaram a fazer? Vejamos com suas próprias palavras: “… movíamos pesado material no Pavilhão 7 e na Câmara 33.” Ou seja: começaram  a arrastar móveis, criando espaço para novos leitos! É isso mesmo que vocês estão lendo! Confiram lá, no capítulo citado.
Logo adiante, no próximo parágrafo, André Luiz grafou: “Apesar da fadiga dos braços, experimentava júbilo inexcedível no coração”.
Creio que esteja mais do claro ou não? A menos que alguém tenha outra explicação para essa “fadiga”, decorrente de árduo trabalho braçal!
Agora, consintam-me a pergunta: Quem está “humanizando” o Mundo Espiritual?!
A gente lamenta decepcionar os que, após a desencarnação, esperavam levitar e, através da simples ação do pensamento, substituir suor por telepatia.
Calma! Não se enervem! Estou brincando. Quando encarnado, eu também, por vezes, chegava a supor que não fosse ter que dar duro por aqui…
Graças a Deus, neste Outro Lado, meu pensamento não toma “forma”, pois, caso contrário, eu estaria perdido! Por muito tempo, no corpo carnal e fora dele, o cérebro será nossa “camisa de força”, até que aprendamos a pensar com verdadeiro proveito no bem de todos.
Um abraço.
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 13 de abril de 2010

1 Comentário

  • Este texto é bastante interessante.
    Na Codificação, sempre ouvimos nos apontamentos dos espíritos que, quando desencarnamos, apenas nos despojamos do corpo físico. Isto é, CONTINUAMOS A MESMA PESSOA! Com os mesmos pensamentos e quiçá, mesmos hábitos. Certamente, nos exercitamos para retirarmos alguns, tais como aqueles ligados diretamente com o corpo físico: a alimentação, a excreção, etc.
    Portanto, esperar um plano espiritual santificado, sem totalmente dores e “fadigas” seria olvidar que continuamos a mesma pessoa. Seria acreditar que a morte operasse em nós transformações morais e intelectuais, que, neste momento, passássemos a controlar os pensamentos e a moralidade… Ora, comecemos a fazer regiões angélicas daqui, e, certamente, as teremos no plano maior.
    Manuel

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