18 maio
2011

André Luiz

Foi quando encarnado, filho de pais talvez excessivamente generosos, conquistou títulos universitários e se formou em medicina sem maiores sacrifícios, compartilhou os vícios da mocidade do seu tempo, organizou o lar, teve três filhos, duas meninas e um menino, perseguiu situação estável que garantisse a tranqüilidade econômica do seu grupo familiar.
Perdeu sua irmã Luísa quando ainda era menino e o seu pai três anos antes de seu trespasse.
       

Desencarnou após lutar mais de quarenta dias, na Casa de Saúde, tentando vencer a morte. Sofreu duas operações graves, devido à oclusão intestinal derivada de elementos cancerosos, e estes, por sua vez, de algumas leviandades no campo da sífilis, tendo ainda todo o aparelho gástrico destruído à custa de excessos de alimentação e bebidas alcoólicas.      Devido a isso, entrou no mundo espiritual como suicida inconsciente.

Transcorridos mais de oito anos consecutivos de permanência no Umbral, foi resgatado por Clarêncio, um dos Ministros do Auxilio de Nosso_Lar, após inúmeros pedidos de sua mãe que habita esferas mais altas. Clarêncio o tornou seu pupilo e lhe informou estar ele em uma das esferas espirituais vizinhas da Terra chamada Nosso Lar e que o Sol que o iluminava naquele momento era o mesmo que vivificou seu corpo físico.

Decorrido algum tempo de aprendizado e trabalho em Nosso Lar, por volta de 1939 teve permissão para visitar sua família na Terra. Encontrou em seu antigo lar, a filha mais velha casada e tendo ao colo seu filhinho. Sua companheira havia desposado outro homem, de nome Dr. Ernesto, que se encontrava naquele momento de cama e muito enfermo estando ainda cercado por entidades inferiores devotadas ao mal. Soube que seu único filho varão encontrava-se perdido no mundo praticando inúmera loucuras e que sua filha mais nova havia começado a se interessar pelo espiritismo. Foi nesse cenário que André Luiz aprendeu o verdadeiro significado da palavra amor. Vencendo o orgulho e egoísmo e tendo a ajuda amiga da senhora Laura, trabalharam ativamente na da cura do enfermo. Esse ato lhe permitiu a conquista do título de cidadão de Nosso Lar.

André Luiz teve a permissão de Deus para escrever para nós encarnados e nos instruir a respeito do que nos espera ao largarmos nosso envoltório físico. Para isso, despojou-se do próprio nome, para não ferir corações amados, envoltos ainda nos velhos mantos da ilusão e se tornou um dos mentores espirituais de Francisco C. Xavier.

O primeiro livro escrito por André Luiz foi “Nosso lar“, onde ele relata a sua passagem para a vida espiritual e sua surpresa em encontrar cidades espirituais semelhantes às da Terra, mas muito mais aperfeiçoadas, pois, as mesmas são construídas com matérias mais sutilizadas. Nesse livro ele descreve coisas fantásticas como: o aeróbus, veículo aéreo usado para locomoção; bônus-hora, pontuação anotada na ficha de serviço individual relativa a cada hora de serviço prestado ao bem comum e que funciona como valor aquisitivo e não como papel moeda; volitação, capacidade de locomover a grandes distâncias flutuando; comunicação à distância, entre outros

Escreveu também os livros: “Os mensageiros”, “Missionários de Luz”, “Obreiros da Vida Eterna”, “No mundo maior”, “Agenda cristã”, “Libertação”, “Entre a terra e o céu”, “Nos domínios da mediunidade”, “Ação e Reação”, “Evolução de Dois Mundos”, “”Mecanismos da Mediunidade”, “Conduta espírita”, “Sexo e destino”, “Desobsessão”, “E a vida continua…”

Todas estas obras vieram enriquecer a literatura espírita pois, nos traz os profundos conhecimentos do porquê da vida, isto é, porque se nasce, porque se vive e porque se morre. Diz Emmanuel no prefácio do livro Nosso Lar : “André Luiz vem contar a você, leitor amigo, que a maior surpresa da morte carnal, é a de nos colocar face a face com a própria consciência, onde edificamos o céu, estacionamos no purgatório ou nos precipitamos no abismo infernal; vem lembrar que a Terra é oficina sagrada, e que ninguém a menosprezará, sem conhecer o preço do terrível engano a que submeteu o próprio coração.”

A experiência de André Luiz, através de seus livros, diz bem alto a todos nós, que não basta à criatura apegar-se a existência humana, mas precisa saber aproveita-la dignamente; que os passos do cristão em qualquer escola religiosa, devem dirigir-se verdadeiramente ao Cristo e que em nosso campo doutrinário, precisamos em verdade do espiritismo e do espiritualismo, mas muito mais da espiritualidade.

Colaboração de : Marcos A. Silveira 

(Centro Espírita Clarencio/RJ)

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