DEUS É TREMENDO!


Há quem viaje pelo mundo, conheça diferentes paisagens e esteja em intercâmbio com diversas culturas e línguas. Eu viajo em minhas reflexões e, às vezes, em situações aparentemente cotidianas, me deparo com a grandeza e a profundidade da vida.
Neste trabalho que escolhi antes mesmo de meu regresso às paragens terrenas, a de policial-escrivã, várias situações me surpreendem e me fazem refletir e acreditar (cada vez mais) na grandeza e na misericórdia divinas.
O ambiente de uma delegacia não é dos melhores. Há piores, é claro mas, via de regra, a psicosfera é bastante povoada de irmãos desencarnados ignorantes e infelizes, sequiosos da luz divina sem que, no entanto, consigam divisá-la, arraigados que estão na matéria e/ou em viciações diversas, que não abandonam o ser humano com a desencarnação; ao contrário, sem o corpo físico, que impõe a nós uma barreira vibratória salutar, muito mais difícil de torna a reeducação do pensamento e da vontade.
Ademais, o corpo físico ‘drena’ as impurezas do espírito, eliminando, através das doenças, efêmeras ou crônicas, todos os nossos desvios, seja no campo da mente desajustada, seja nos exageros relacionados a má alimentação ou vícios de toda sorte. Abençoado e divino corpo físico, este repositório da luz e da misericórdia de Deus, para o qual não dispensamos o devido valor. A propósito, estou relendo o fantástico livro de Chico Xavier e André Luiz ‘Missionários da Luz’, considerado um dos 10 melhores livros espíritas do século XX. Leiam o que André Luiz narra a respeito da importância e grandiosidade de nossos corpos físicos: (…)
– ‘completista’ é o título que designa os raros irmãos que aproveitam todas as possibilidades construtivas que o corpo terrestre lhes oferece. Em geral, quase todos nós, em regressando à esfera carnal, perdemos oportunidades muito importantes no desperdício das forças fisiológicas. Perambulamos pela Terra fazendo alguma coisa de útil para nós e para os outros, mas, por vezes, desprezamos cinqüenta, sessenta, setenta por cento e, freqüentemente, até mais de nossas possibilidades. Em muitas ocasiões prevalece ainda, contra nós, a agravante de termos movimentado as energias sagradas da vida em atividades inferiores que degradam a inteligência e embrutecem o coração. Aqueles, porém, que mobilizam a máquina física à maneira do operário fidelíssimo, conquistam direitos expressivos no Plano Espiritual (…).
Meu pequeno tem sete anos e não perco uma oportunidade sequer de ensinar a ele o respeito para com o corpo. Falo acerca da alimentação, do álcool, das drogas, do tabagismo, tanto que o pobrezinho já sabe ‘rezar’ a minha cartilha. Não quero ser uma mãe maçante e repetitiva, entretanto, no mundo de hoje, com tantas influências pérfidas e facilidades para o declínio moral, é imprescindível que tentemos guiar todas as criaturas encarnadas que nos rodeiam, para que tentem levar a bom termo seu regresso na romagem terrena. Aqui retornamos para progredir, entretanto, o que constatamos atualmente é que a maioria de nossos irmãos regressa à Pátria Espiritual com débitos ainda maiores. Tudo é muito fácil hoje em dia: beba, fume, use tal ou qual droga, abuse do sexo, seja ‘descolado’ e assim faz a maioria de meus irmãos. Nesse meio tumultuado eu sou a ‘esquisita’. Não bebo, não fumo, faço um esforço danado para ser um ser humano melhor (tenho muito a fazer, to na metade do primeiro degrau ainda), entretanto, para os que me rodeiam, e eu sei bem disso, eu sou a estranha que nunca se reúne para os churrascos e cervejadas. É a tal normose, ou seja, a esquisitóide sou eu!
Essa maneira de viver me impõe certa (ou muita) solidão, mas nunca o vazio existencial, porque este só tem quem não busca a Deus. Sempre me vejo refletindo demoradamente sobre a vida espiritual e às vezes, tenho que confessar, cobrando de Deus mais facilidades e consolos, atitudes próprias de espíritos falidos como eu…
Hoje entretanto, aqui no ambiente de trabalho algo, no mínimo singular, me ocorreu: um senhorzinho que irradiava imensa simpatia passou por minha sala a fim de dirigir-se à sala de outra escrivã. Com aqueles cabelinhos brancos e fofos parou em frente a minha porta e disse que estava muito cheirosa a minha sala. Que maravilha de cheiro gostoso, disse ele. Pensei comigo: tadinho, caduquinho! Isto porque eu não uso perfume e nem minha sala é perfumada. Aqui na minha terra faz muito calor e na minha sala não tem ar condicionado. Cheiro acentuado e clima quente definitivamente não combinam! O senhorzinho pediu água e eu apontei-lhe a cozinha, onde disse que poderia também se servir de café, aliás, esta minha reiterada atitude, de oferecer nosso café, enfurece muitos de meus colegas (risos). É que para mim, que fico oito horas neste lugar (abençoado), fazer com que ele se torne aprazível para quem o freqüente é importante. Aqui também tem um pouquinho da minha assinatura.
O senhorzinho foi atendido e dentro de poucos minutos retornou pelo corredor, foi entrando e sentou, olhando-me fixamente e sorrindo. – Posso ajudá-lo?, disse-lhe. – Não menina, vim aproveitar desse seu ambiente!
Sem atinar e sintonizar prontamente com o que o bondoso senhor me falava, pensei que ele tivesse reparado na organização, paredes pintadas, mesa espaçosa e bonita, aparatos que, aliás, providenciei do próprio bolso, aos poucos, pois, como eu já disse, meu trabalho também é a minha morada e a organização que tenho em casa, faço questão de ter aqui. Minha sala realmente é muito diferente e vale aqui dizer que esta qualidade ‘organizacional’ herdei de meu querido pai, com quem trabalhei algum tempo na mesma empresa, antes de ele desercarnar em 1995. Saudades do Alfredão…
Continuando, o senhorzinho me disse: – Que beleza, que perfume!
Piradinho mesmo, pensei.
Não menina (é tão bom ser chamada menina aos 36 anos!), sinto o perfume das emanações desta sala. Fique a ‘senhorita’ sabendo que ela distoa do restante do lugar, é muito perfumada, clara e protegida, mas eu vejo o outro lado! Não quero ofendê-la, vejo que você é evangélica, mas só precisava te dizer que suas preces fazem de sua sala um lugar muito bom.
-Não senhor, sou espírita, eu respondi, no que então aquele senhor ficou bastante à vontade e conversamos gostosamente durante alguns minutos. Ele achou que eu fosse evangélica porque eu ouvia, em tom baixo, músicas de louvor e não queria me desagradar com alguns apontamentos de cunho espiritualista que, de regra, incomodam os meus queridos amigos protestantes. Aliás, infelizmente, já percebi que o espiritismo cristão ou o simples fato de ser espírita, causa muita prevenção em nossos irmãos de denominação pentecostal. A maioria dos que conheço relega os espíritas à categoria de ‘endemoniados’. Sem críticas a meus irmãos de outras denominações religiosas, mas eu acho ‘muito feio’ ter preconceito com a religião alheia pois, o próprio Jesus, o Justo por excelência, nos ensinou a amar o próximo como a nós mesmos, sem distinções. Além do que, vamos admitir, tem muita gente encarnada que mete mais medo que muita alma penada!
Voltando ao meu colóquio com o senhor João, o nome dele, como médium vidente, ele então passou a me dizer que minha sala tinha um envoltório magnético e que, à minha porta, havia um emissário postado em guarda. Não queiram saber a emoção que isso me causou. Quem sou eu para merecer isto?, pensei. -São suas preces e pensamentos, minha filha, disse ele. – Este irmão me diz que sempre vem aqui quando necessário. São anos aqui cultivando algo muito diferente do que há a seu redor e eis os frutos. Saiba que, com tais atitudes ‘retas’, você se torna alvo de ataques de desencarnados que não querem a melhoria de ninguém e não duvide que todos os que congregam e espargem o bem, merecem sim proteção, pois é um trabalho que poucos se dispõem a fazer, mormente num lugar como uma delegacia. O cheiro gostoso vem daqueles protetores que te visitam.
Eis-me aqui, então, cheia de alegria e agradecimento a Deus_Pai. Saibam, queridos corações, que nossos esforços jamais são em vão e eu estou dando meu testemunho disso, porque acreditei piamente no ‘Seu João’. Nossos pensamentos produzem formas facilmente identificáveis pelos desencarnados e, pensar e desejar o bem, atrai para nós boas companhias, dos dois planos.
Agora, escrevendo isso para vocês e plena de esperanças renovadas, peço com todas as minhas forças para que acreditem, para que tenham fé, para que pensem na bondade e, acima de tudo, acreditem nesta bondade, inerente a todo ser humano. A Misericórdia Divina não nos abandona um segundo sequer e, até aqueles desgarrados do caminho do bem, são ajudados pela intercessão daqueles que nos amam, pedem e oram por nós.
A Espiritualidade engendra enormes esforços para que triunfemos e sigamos adiante em nossa evolução. Tentemos então fazer pelo menos o que nos compete como filhos de Deus e irmãos de Cristo: AMAR UNS AOS OUTROS! Como meus amados irmãos evangélicos dizem e é uma frase que eu adoro: DEUS É TREMENDO!
Obrigada Deus.
Obrigada Jesus.
Obrigada meu Anjo da Guarda.
Obrigada Irmãos Espirituais.
Obrigada Amigos Queridos.
Obrigada Papai.
Obrigada Mamãe.
Obrigada Irmão querido.
Obrigada meu filho que me ensina tanto.
Obrigada ‘seu João’.
Obrigada a todos vocês, que eu amo.
Assim Seja.

Então, O que achou?