17 abr
2010

Superinteressante/Professor Doutor/Chico Xavier

Ouvindo as explicações da Revista após eu ter enviado um outro ponto de vista (Artigo da Revista Internacional de Espiritismo).
Ramon


Caro Ramon,

 

obrigado pelo contato e pela leitura. É muito importante para nós na Super receber o retorno dos leitores sobre nosso trabalho. Críticas e elogios são importantes para avaliarmos a revista e refletirmos sobre o que publicamos. As mensagens que recebemos sobre Chico Xavier estão sendo lidas por mim, pela editora e pela repórter da matéria e servirão de tema para nossa reflexão.

 

Tenho tentado responder individualmente a todas as mensagens. Mas como elas são muitas, e tem teor semelhante, redigi um texto explicando a proposta da reportagem e respondendo aos principais questionamentos que temos recebido. Neste final de semana, vim ao trabalho especialmente para responder a todos os emails. Peço desculpas por não ter conseguido escrever antes. Minha mensagem é longa, mas acho que merece ser lida. Sabemos que Chico Xavier foi uma figura importantíssima no cenário religioso do Brasil e que é muito querido por diversas pessoas. Como escrevi na minha carta ao leitor, preparamos essa matéria com muito respeito. Procuramos deixá-la equilibrada, apresentando uma visão plural sobre a trajetória de Chico Xavier e trazendo também os requisitos necessários a qualquer trabalho jornalístico – distanciamento, parcimônia e rigor na apuração. Todo o texto foi baseado em profundo trabalho de reportagem e depoimentos de várias fontes, inclusive espíritas, muitas delas citadas na reportagem.

 

A reportagem deu a Chico Xavier o mesmo tratamento que já demos à Igreja Católica, ao papa, aos evangélicos, a Charles Darwin ou a qualquer outro assunto que publicamos. Afinal, todas as matérias da Super têm a mesma características: sempre buscamos a pluralidade. Fazemos questão de ouvir todos os lados de uma questão. Entrevistamos pessoas que pensem diferente. E deixamos as conclusões para o leitor. Não sobram mensagens nas entrelinhas. E o fato de a Super trazer a versão de fulano ou de beltrano não significa que aquela seja a opinião da revista. Aliás, a Super não tem opinião sobre os temas que reporta.

 

Sei o quanto é frustrante ler ideias que consideramos errôneas. Mas lembre-se que aquilo que você tem como verdadeiro, outra pessoa pode ter como falso. Não cabe à revista decidir quem tem razão. Cabe a nós respeitar pontos de vista. O verdadeiro respeito à livre expressão não está em falar tudo o que queremos, mas em admitir que os outros falem aquilo que não gostamos. Melhor assim: é a única maneira de garantir que sua opinião sempre terá espaço para ser apresentada. E é por isso que acreditamos tanto que ao escrever sobre qualquer assunto, devemos apresentar ao leitor um leque de opiniões distintas.

Não é verdade que a matéria da Super é um ataque a Chico Xavier. A reportagem tinha larga biografia de espíritas e defensores de Chico Xavier. Apresentou os resultados de estudos positivos sobre a obra de Chico Xavier, como os da Associação Médico-Espírita e a Federação Espírita Brasileira. Citou a frase de Monteiro Lobato impressionado com os livros de Chico Xavier (“se produziu tudo aquilo por conta própria, merece quantas cadeiras quiser na Academia Brasileira de Letras”); dedicou amplo espaço às cartas psicografadas e entrevistas de pessoas que diziam ser impossível Chico Xavier conhecer as informações que psicografou; contou que Chico Xavier morreu da maneira como previra, num dia feliz para o Brasil – o da conquista da Copa do Mundo. Entrevistamos e citamos a opinião de pessoas muito próximas a Chico Xavier, como seu filho, seu médico, a administradora do centro espírita que ele fundou. Deixamos claro que Chico Xavier jamais ganhou dinheiro com sua mediunidade – calculamos, inclusive, o montante estimado de que ele abriu mão. Está tudo lá na reportagem.

Até o momento, recebemos críticas e elogios ao texto. É normal: as pessoas têm opiniões diferentes. E o debate entre essas opiniões enriquece a todos – é a raiz da construção do conhecimento. Se você acredita que há algum erro de informação na matéria, diga qual ele é e nós publicaremos a correção. No mais, espero que você entenda minhas palavras – ainda que não concorde com elas. Pois eu entendo e respeito todas as críticas que recebemos. E sigo à disposição para qualquer outro esclarecimento.

 

 

Obrigado e um grande abraço,
Sérgio Gwercman

Diretor de Redação da Super

1 Comentário

  • Eu acho que para mostrar verdadeira imparcialidade ao assunto se deveria permitir que se publicasse uma reportagem feita com uma pessoa com perspectivas de vida mais centrada na realidade humana, ou pelo menos a publicação na própria revista dos textos do Richard Simonetti e Alamar Regis, em ralação as polêmicas levantada pela moça principiante. Dal

Então, O que achou?