13 jun
2010

A missão de cada um


Octávio Caúmo Serrano




A orientação é de Emanuel, mentor de Francisco Cândido Xavier.


Efetivamente, vivemos num planeta de provas e expiações. As provas, que são os testes com os quais nos deparamos diariamente, e as expiações que são a carga de erros que trazemos do passado, demandando reparação.


Apesar de serem estas as tarefas principais, todos temos igualmente uma missão. Ou mais de uma. Entre elas destacamos a luta pela evolução pessoal e a batalha pelo aprimoramento coletivo.


Quando Jesus nos ensinou, conforme capítulo XXIII de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, que quem fosse a Ele e não aborrecesse sua mãe, seu pai, seu cônjuge, seus filhos e irmãos não poderia ser seu discípulo, ensinava que a prioridade de cada um é a vida espiritual.


Como espíritas, sabemos que estamos na Terra em processo de aperfeiçoamento e que o próximo, parente ou não, é um instrumento para atingirmos esse objetivo. Não podemos crescer sozinhos porque é no contato com o semelhante que temos oportunidade de testar se já adquirimos virtudes. Como saber se somos pacientes sem que haja alguém testando a nossa paciência? Como saber se suportamos a ingratidão se não convivermos com o mal agradecido?


Aborrecer pai, mãe etc., significa dar prioridade ao mundo espiritual, compreendendo que o mundo material é provisório e circunstancial. Independente de qual seja a nossa posição na sociedade, podemos progredir e sair daqui melhor do que chegamos. Além disso, mesmo enquanto estamos aqui, podemos viver com mais alegria do que a miséria permite. Basta ser inteligentemente resignado. Não confundir resignação com passiva acomodação, mas entender que Deus autoriza tudo o que acontece a qualquer um de nós, porque é o que precisamos em cada momento. 


Quando se fala em missão, logo nos vem à mente uma tarefa importante e grandiosa. Todavia há missões aparentemente modestas, mas de grande importância. O simples fato de casar e ter uma família sob nossa responsabilidade já nos torna um missionário. Teremos que receber espíritos para ajudá-los a crescer – os filhos – e, quase sempre, também aprender com eles. Podemos produzir cidadãos ou marginais, dependendo da formação que lhes damos. A partir daí, impossível imaginar como esse espírito pode interferir na sociedade.


Sem perceber, nós, que não temos uma missão de grande repercussão, podemos estar formando um importante missionário com tarefas programadas para a edificação da paz no mundo. Ou podemos criar um delinquente que irá marginalizar uma comunidade inteira pelo seu poder de liderança no campo do mal.


“Dá conta de tua administração” – Jesus (Lucas, 16:2). É a regra básica que nos leva a cumprir nossa verdadeira missão. Qual é a nossa administração? Não importa. Basta estar bem intencionados e ir fazendo que o céu sempre nos ajudará.


Com fé em Deus, sigamos em frente!

4 Comentários

  • Vivemos em busca de algo que, certamente, o Pai já nos concedeu por merecimento próprio nosso ou por misericórdia. Mas basta cuidarmos do que nos cabe, cuidarmos da melhor maneira, estaremos cumprindo nossa missão. Gostei deste artigo. Paz! Rita

  • Missão, no mundo espiritual. Vejo uma energia descendo do alto, de cor do entardecer que toma conta do ser missionário, o conduz d forma determinada concorrendo para o fim que a espiritualidade desejar. Nada modifica,não existe dúvidas, questionamento, as vibrações não permitem opiniões, nada interfere.Tudo se concluíe com exatidão.

  • Gostei do artigo

  • “Basta estar bem intencionados e ir fazendo que o céu sempre nos ajudará.”

    Hoje despertei com dúvidas sobre o meu êxito no meu progresso individual e na minha utilidade para o progresso coletivo. Por um momento me senti inútil e como se estivesse perdendo tempo. Pensei que deveria me aplicar e me dedicar mais. Mas eu não conseguia definir a que deveria me focar.

    Agora penso na minha família, no meu trabalho e no meu contato diário, fortuito ou não, com qualquer pessoa. E entendo que devo focar no Bem, tentando empregá-lo como essência e finalidade de todos os meus pensamentos e ações.

    Meu entendimento tinha se turvado e de repente esqueci os motivos, a finalidade de estar vivendo…Mas agora lembro e volto a reconhecer que meu dia a dia, tudo o que faz parte dele, nada tem de banal. Tudo isso faz parte do meu planejamento de reencarnação.

    Embora nesse exato momento eu não consiga me dar conta desse sentido profundo e espiritual de tudo, da relação causa e efeito, da lei do amor, da lei de justiça, da misericórdia divina e de tudo o mais, sei que basta continuar focando no Bem e agindo sempre. A lucidez sobre o caminho certo pode fraquejar, mas a espiritualidade amiga jamais nos desampara. Preciso dedicar também a mim mesmo a paciência e compreensão que dedico aos meus amigos, meus familiares, meus colegas de trabalho, ao meu próximo em fim.

    Agradeço de todo o coração pelo artigo.

Então, O que achou?