7 out
2011

As Potências da alma

Várias são as potências da alma que podemos nominar como a vontade, a consciência, o livre-arbítrio, o pensamento, a disciplina do pensamento, a dor, entre outras de foro íntimo, interno, responsáveis pelo nosso desenvolvimento ilimitado.

Todas essas forças, energias ocultas em nós, latejam nas profundezas misteriosas da Alma.

O “Reino dos céus está dentro de vós” disse o Cristo. O mesmo pensamento, de outra maneira expressado pelos Vedas, diz: “Tu trazes em ti um amigo sublime que não conheces”, assim como na sabedoria persa vamos encontrar um pensamento de Suffis Ferdousis: “ Vós viveis no meio de armazéns cheios de riquezas e morreis de fome à porta”. E o que abstraímos desses grandes ensinamentos é que na vida íntima está todo o manancial das felicidades futuras e estas não se acham em lugares determinados no espaço; tampouco as encontraremos no mundo, no exterior.

Leon Denis, majestosamente nos ensina que: “Há em toda alma humana dois centros, ou melhor, duas esferas de ação e expressão. Uma delas, circunscrita à outra, manifesta a personalidade, o “eu”, com suas paixões, suas fraquezas, sua mobilidade, sua insuficiência. Enquanto ela for a reguladora de nosso proceder, temos a vida inferior semeada de provações e males. A outra, interna, profunda, imutável, é, ao mesmo tempo, a sede da consciência, a fonte da vida espiritual.”

E o que podemos fazer para conectarmos essa esfera interior, já que nela residem todas as esperanças, a paz, a serenidade e a tão almejada felicidade que escorrega, fugidia, pelos nossos dias de incerteza, de desalento, de ilusões?

Arriscando buscar a resposta, vamos ao encontro da vontade, a maior de todas as potências da alma, que age como um imã, nos atraindo para os recursos vitais, obedientes à lei de evolução.

O princípio superior, a força motora da existência é a vontade. Por ela, sua ação atinge tanto a ordem visível, material, quanto a ordem invisível, pois essa  força está intimamente atrelada à Vontade Divina que é, por sua vez, o motor da Vida Universal.

Pela vontade criadora dos Grandes Espíritos, envolvidos plenamente do Espírito Divino, uma vida repleta de maravilhas podem se descortinar diante de nós, se estendendo, degrau a degrau, até o infinito, nas profundezas do céu, nos aproximando de Deus.

Se as criaturas pudessem conhecer a extensão dos recursos que nelas dormitam,  talvez ficassem deslumbradas e,  ao invés de se sentirem fracas, medrosas, inseguras, temendo a morte e tantas outras angústias , compreenderiam que elas próprias poderiam criar o seu futuro, repleto de alegrias.

A vontade coloca em movimento todas as vibrações da alma, e cada alma, se juntando a outras, formando as sociedades, concentradas num mesmo fito, constituiriam um centro de forças irresistíveis.

Querer é poder e o poder da vontade é ilimitado.

Pela sua educação e exercício, certos povos chegaram a resultados que parecem prodígios. Porém aqui, é preciso salientar que essa vontade deverá ser acionada e exercitada, tendo em conta os valores mais profundos do Espírito, gerando uma vontade de Potência Divina.

Tal educação retempera os ânimos e assegura a vitória em todos os terrenos.

Assim, vendo claramente o caminho que se descortina e sabendo que temos a chave de toda a elevação, conservar-nos-emos firmes, inabaláveis, tendo como guia na Estrada Infinita a compreensão da lei de vida, de progresso e amor que rege todas as coisas.

Nossa vontade chama-nos: para frente, sempre para frente, cada vez mais conhecimento, mais vida, vida divina! E com ela, conquistaremos a plenitude da existência, construindo para nós uma personalidade melhor e mais radiosa.

Saibamos, definitivamente, que toda criatura pode ser boa e feliz; para sê-lo, basta que o queira com energia e constância.

Martha Triandafelides Capelotto – Divulgadora do Espiritismo

3 Comentários

  • foi confortante, eu precisava desta mensagem para saber o quanto sou importante, forte e posso melhorar e só depende de mim…. obrigada pela mensagem

  • Olá, boa noite.

    A exposição é interessante, entretanto, parece grande erro esse jogo sutil de almas e Deus, fazendo por confundir uma coisa a outra, também tomando a característica de um para outro e vice e versa.

    Algo que confunda Deus com almas acaba por cair em implicações ontológicas irresolúveis. É necessário, pois, que haja um Ser Subsistente e o qual dê ser aos outros, de modo que estes sejam por participação, do contrário, entretanto, teríamos de assumir que poderíamos vir à existir segundo nossa vontade, o que é impossível.

    Como bem sabemos, viemos à vida pelas nossas mães, e assim retrocedendo, temos de chegar a algo último, ao modo de movente e imóvel, dessa forma, somente havendo um movente absolutamente imóvel que é possível vir à existência, pois este movente imóvel sempre existiu e deu ser — movimento — a nós, de modo que somos por participação. Ademais, é absolutamente necessário o movente imóvel, pois não poderia se retroceder ao infinito, dado que ele é tal que, se colocar algo antes a ele, não se chegará a ele nunca, também, retroceder ao infinito remontaria à impossibilidade mesma de algo ser criado, pois não haveria aquele que se criou — isto é, que existe desde sempre.

    Como somos por participação, é também necessário admitir que há, além de nossas almas humanas, algo além delas e que a elas mesmo deu ser, pois do contrário, incorreríamos, como dito, em ter de admitir a existência vinda à tona por nossa vontade, o que é impossível. Ademais, assumir a preexistência da alma implicaria, ipso facto, a ciência infusa, desse modo, se uma alma escolhe voltar à vida material, tão experiente que foi, porque então um bebê que nasce não possui ciência? Ora, o bebê possui cordas vocais, assim, está plenamente capaz de expor o que está em sua alma, mas ele não expõe, pois a alma dele vem à existência em sua concepção mesma.

    A preexistência de almas é impossível, de modo que seja insustentável ontológicamente e metafisicamente. Caso fosse possível, não repugnaria de modo algum à razão, pois seriam os bebês plenamente capazes de altíssima ciência, mas o que não ocorre — daí repugnar à razão –, pois suas ciências são adquiridas com a experiência que circunscreve a alma.

    • Andreas, penso, com todo o respeito que me merece, que vc não assimilou o bastante, o bebe, por exemplo, o seu exemplo. Tem sim o potencial,a vontade, apenas precisará desenvolve-lo gradualmente, pois precisa nascer indefeso para inspirar amor e cuidados, para só depois ir demonstrando seu potencial, já adquirido em outras encarnações.
      Deus, ser incriado, até onde a humanidade compreende, ser imóvel, segundo suas considerações, depois de criar o ser humano, ser móvel, deixa-o exercer o seu potencial conforme o seu livre arbítrio e assim ir desenvolvendo-se. A alma uma vez criada, vai evoluindo ou no máximo estaciona.Nunca involui. Conforme o ambiente e compromisso adquiridos ao longo da sua trajetória evolutiva.
      abraço fraterno.

Então, O que achou?