31 mar
2010

Educa a Tua Alma

Autoestima
Sandra Marinho
Queridos amigos e amigas leitores. Amar o próximo como a si mesmo é, sem dúvida, o caminho para a felicidade do homem. E não é por outro motivo que estamos neste planeta repleto de oportunidades para aprendermos a praticar o amor.
Mas, como vamos amar o nosso semelhante se não amarmos a nós mesmos? Como apreciar o valor dos outros, se não percebemos o nosso próprio valor? Infelizmente, a baixa autoestima está no alicerce de muitas complicações da personalidade humana. Nos traumas, nos medos, nos complexos e recalques. Também está na base dos vícios acalentados na tentativa de esconder ou disfarçar essas chagas da alma.
Mas até que ponto corremos o risco de infundir nas outras pessoas a baixa autoestima, com opiniões e julgamentos irresponsáveis? E por que será que consideramos, às vezes cegamente, a opinião dos outros sobre a nossa pessoa, mais do que a nossa própria consciência?

Para ilustrar esse tema, conto uma historieta que costumo levar às crianças na aula de evangelização.
Em um vilarejo, vivia um velho professor que, pela sua sabedoria, era sempre consultado sobre os mais variados assuntos. Em uma manhã, ele recebeu a visita de um ex-aluno que foi até lá pedir alguns conselhos.
– Sinto que não tenho nenhum valor – desabafou o rapaz. – Todos da minha família dizem que não sirvo para nada, que não faço nada direito, que sou lerdo e idiota, que não serei nada na vida. O que posso fazer para que me valorizem mais?
O professor, então, lhe disse:
– Sinto muito, meu rapaz, mas não posso ajudá-lo. Primeiro devo resolver o meu problema.
E, tirando um anel do dedo, deu-o ao rapaz, explicando:
– Devo vender este anel porque preciso pagar uma dívida. Por favor, vá até o mercado e venda este anel pelo preço de, no mínimo, uma moeda de ouro.
O rapaz ficou meio desapontado com o professor, mas resolveu atender ao seu pedido. Pegou o anel e partiu para o mercado. Ao oferecer o anel para os mercadores, eles o olhavam com certo interesse, mas desistiam ao saber o preço que estava sendo pedido. Quando o jovem pedia uma moeda de ouro, alguns riam, outros saíam sem responder. Um afável mercador, porém, tentando ajudar o jovem, ofereceu-lhe uma moeda de prata e uma xícara de cobre.
O jovem, no entanto, seguiu as instruções do professor de não aceitar um preço menor. Abatido pelo fracasso, voltou à casa do mestre, e desabafou:
– Sinto muito, mas é impossível conseguir o que pediu! Talvez pudesse conseguir duas ou três moedas de prata, mas não acho que se deva enganar ninguém sobre o valor do anel!
Nesse momento o sábio professor respondeu ao jovem:
– O que você disse é muito importante, meu jovem. Devemos primeiro saber qual o verdadeiro valor do anel. Vá até o joalheiro próximo daqui e peça-lhe para avaliá-lo. Diga-lhe que quer vender e pergunte o quanto ele vale. Mas, atenção! Não importa o quanto ele dará pelo anel, não o venda e traga-o de volta!
Obediente, o jovem procurou o joalheiro, que examinou o anel com uma lupa, pesou-o e declarou:
– Diga ao seu professor que se ele quiser vender o anel agora, não posso dar mais do que 58 moedas de ouro…
O jovem não conseguiu esconder o espanto:
– Cinquenta e oito moedas de ouro!!!
– Sim, confirmou o joalheiro. Com o tempo poderia conseguir revendê-lo por até 70 moedas de ouro. Mas como tem urgência…
O aluno retornou emocionado à casa do professor para contar a novidade.
E o mestre, sem demonstrar surpresa, pois já sabia o valor do seu anel, lhe disse:
– Você é como este anel: uma jóia valiosa e única. Mas só pode ser avaliada por um especialista. Pensava que qualquer um poderia descobrir o seu valor?
E, colocando o anel no dedo, concluiu:
– Não se esqueça, todos nós somos como esta jóia. Valiosos e únicos. Muitas vezes, porém, andamos por todos os mercados da vida pretendendo que pessoas inexperientes nos valorizem. Você deve acreditar em si mesmo, sempre!
É isso aí, amigos e amigas leitores! Deus nos confiou a vida. Por que, então, não confiarmos que somos capazes de fazer o melhor nela? O Pai acredita em nós!

Então, O que achou?