23 jun
2010

Essência consoladora da Doutrina Espírita

Elias Barbosa – 20/06/2010
clínico geral e psiquiatra
Em resposta à questão 236 de O Consolador, de Emmanuel, pelo médium Xavier, que se refere à fenomenologia ante a necessidade da iluminação, e como interpretar a ansiedade do proselitismo espírita, a resposta lapidar do Espírito que, ao postar-se ante aquele que haveria de psicografar tantos livros, não somente dele, o padre Manuel da Nóbrega reencarnado (1517-1570), mas de tantos outros Espíritos, exigindo de seu medianeiro apenas disciplina, disciplina, disciplina, no desempenho de suas tarefas:
“— Os espiritistas sinceros devem compreender que os fenômenos acordam a alma, como o choque de energias externas que faz despertar uma pessoa adormecida; mas somente o esforço opera a edificação moral, legítima e definitiva.
“É uma extravagância de consequências desagradáveis, atirar-se alguém à propaganda de uma ideia sem haver fortalecido a si mesmo na seiva de seus princípios enobrecedores. O Espiritismo não constitui uma escola de leviandade. Identificado com a sua essência consoladora e divina, o homem não pode acovardar-se ante a intensidade das provações e das experiências. Grande erro praticariam as entidades espirituais elevadas, se prometessem aos seus amigos do mundo uma vida fácil e sem cuidados, solucionando-lhes todos os problemas e entregando-lhes a chave de todos os estudos.
“É egoísmo e insensatez provocar o plano invisível com os pequeninos caprichos pessoais.
“Cada estudioso desenvolva a sua capacidade de trabalho e de iluminação e não guarde para outrem o que lhe compete fazer em seu próprio benefício.
“O Espiritismo, sem Evangelho, pode alcançar as melhores expressões de nobreza, mas não passará de atividade destinada a modificar-se ou desaparecer, como todos os elementos transitórios do mundo. E o espírita, que não cogitou da sua iluminação com Jesus Cristo, pode ser um cientista e um filósofo, com as mais elevadas aquisições intelectuais, mas estará sem leme e sem roteiro no instante da tempestade inevitável da provação e da experiência, porque só o sentimento divino da fé pode arrebatar o homem das preocupações inferiores da Terra para os caminhos supremos dos páramos espirituais.”
Lembremo-nos de Allan Kardec ao deixar claro que o verdadeiro espírita-cristão é aquele que se esforça por vencer suas tendências menos felizes, visando à sua transformação moral.

Então, O que achou?