7 jul
2010

Nuvens que passam

O dia amanhecera ensolarado. Nos quintais, a criançada se divertia,
correndo, rindo esse riso solto de quem sonha venturas.

De repente, o vento se fez forte, açoitando a copa das árvores,


arrancando-lhes folhas da cabeleira verde e espessa, jogando-as à
distância.

Parecia que, de repente, a natureza houvesse enlouquecido e,


desgrenhada, uivasse pelas ruas e praças, obrigando os transeuntes a
procurarem abrigo.

O céu se cobriu de nuvens escuras, prenunciadoras de chuvas e o dia


se fez noite, em plena manhã.

Depressa se fecharam janelas, se recolheram pertences.

Dos céus jorraram águas abundantes, fustigadas pela ventania, que


as arremessava, com força inclemente, contra as casas, os muros, as
grandes árvores.

Foram somente alguns minutos. Depois, os relâmpagos se apagaram e a


chuva parou.

Uma grande quietude invadiu a natureza. A ramagem verde sacudiu as


últimas gotas d´agua, o vento bocejou cansado, recolhendo-se.

Algumas horas passadas e o sol voltou a sorrir raios de calor e luz.

Quem olhasse para o céu iluminado, dificilmente acreditaria que há


pouco a borrasca se fizera violenta.

* * *

Assim também é na vida.

Os momentos de lutas e de bonança se alternam.

Quando o sofrimento chega, em forma de enfermidade, solidão,


desemprego, morte dos afetos mais chegados tamanha é a dor, que
deixa em frangalhos o coração.

Acreditas que não haverá mais esperança, nem amanhã, nem


alegrias. Nunca mais.

Tudo é sombrio. As horas, os dias, os meses se arrastam pesados. A


impressão que tens é que nada, jamais, porá fim ao fustigar das
dores.

Contudo, tudo passa como a chuva rápida do verão, logo substituída


pelos raios do sol.

E transcorrido algum tempo, ao lembrares daquele período de dores,


dirás a ti mesmo: Meu Deus, nem acredito que passei por tudo aquilo.
Até parece um sonho distante.

Porque tudo passa na vida, porque tudo é transitório, passageiro,


não percas a esperança.

O que hoje é, amanhã poderá ter feição diferente, deixar de ser.

Acima de tudo, recorda que o amor de Deus te sustenta a vida e não


há, no Universo, força maior do que a presença de Deus atuando
favoravelmente.

Dessa forma, quando a inclemência das dores te fustigarem a alma,


recolhe-te à meditação e ouvirás o pulsar do Cosmo.

No silêncio identificarás as vozes da Imortalidade te falando aos


ouvidos da alma, dizendo-te da vitória que haverás de alcançar.

Refugiando-te na oração, dialogarás com Deus, com a intimidade do


filho ao pai ou ao coração de mãe.

Não entregues a batalha a meio. Prossegue. Embora as nuvens


carregadas de dissabores que possam te envolver, lembra que logo
mais, amanhã, outro dia, em algum momento, o sol voltará a brilhar.

Sol em tua alma, em tua vida. Pensa nisso e aguarda um tanto mais,


antes de te entregares à desesperança.

Deus tem certeza do teu triunfo e da conquista plena de ti mesmo.

Confia nEle.

Redação do Momento Espírita.

Em 16.06.2010.

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