27 jul
2010

Tempo dos filhos


As tendências da atualidade falam de qualidade, quando se discute a
questão de educação de filhos e tempo que os pais dedicam a eles.

Em verdade, toda vez que o assunto tempo é tratado, as primeiras
frases que brotam ligeiras das bocas das pessoas é: Não tenho
tempo. A vida é muito corrida. A profissão me exige muito.

Face a tais posicionamentos, natural que o que se sacrifique seja
sempre o tempo com a família.

Afinal, a profissão é importante porque tanto realiza o ser quanto
lhe permite angariar os recursos para o conforto e as necessidades. O
estudo é importante porque permite o progresso da criatura, tanto
quanto é exigido para o aprimoramento técnico.

Dessa forma, resta somente sacrificar o tempo dedicado aos
familiares.

Assim, os filhos crescem sem que percebamos. Possivelmente,
começaremos a notar que os anos passaram quando o filho chegar em
casa com a namorada pela mão para nos apresentá-la.

Como é possível? Ainda ontem usava fraldas e hoje já namora.

Sim, o tempo parece correr. Os anos se somam. O tempo da infância se
vai. Os filhos crescem.

Mas, alguns pais dizem que o importante não é o quanto de horas
permanecemos ao lado dos filhos, mas a qualidade, isto é, o que
fazemos quando estamos com eles.

Face a isso, acreditam que sair no final de semana para um passeio,
um almoço familiar, férias em conjunto sejam suficientes para
suprir a necessidade que têm os pequenos da presença dos pais.

Mas, o filho precisa sentir-se protegido, amparado. Precisa ter a
certeza de que encontrará um ombro amigo, um colo materno, um pai
atencioso para ouvi-lo, quando as dificuldades se apresentarem.

Quando ele se sentir humilhado porque apanhou na escola, quando ele
se sentir derrotado porque perdeu o jogo de futebol, quando ele se
sentir preterido por não ter sido aprovado para atuar na peça
teatral.

Ele precisa ter tempo para contar as suas amarguras e ser ouvido. Ele
precisa de pai e de mãe que o abracem após as horas intermináveis
de estudo às vésperas das provas.

Ele precisa de pai e de mãe que o incentivem a prosseguir, mesmo
quando ele esteja indo mal em uma ou outra matéria.

Ele precisa de pais que estudem com ele, sofram com ele, estejam com
ele.

Como se vê, o que conta não é somente qualidade do que se faz
quando se está com os filhos, mas quantidade também.

Vale meditar sobre tudo isso e iniciar um esforço para estarmos mais
perto, por mais tempo, dos nossos pequenos.

* * *

Cada criança carrega dentro de si um projeto de luz que nós devemos
auxiliar a concretizar.

A criança de agora nos fala da nossa situação amanhã.

Cuidemos dela, estejamos com ela, sabendo lhe dar o espaço para que
cresça, saudável e feliz, segura e tranquila, embalada pelas nossas
orientações amorosas.

Cada criança é um Espírito imortal em recomeço no mundo.
Estejamos com nossos filhos, auxiliando-os a escalar os degraus do
progresso.

Redação do Momento Espírita, com pensamentos finais

colhidos no cap. 11, do livro Vereda familiar, pelo Espírito

Thereza de Brito, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.

Em 21.06.2010.


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